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II Encontro Regional sobre Agrofloresta e Frutas Nativas

No dia 11 de setembro de 2018 aconteceu o segundo Encontro Regional sobre Agrofloresta e Frutas Nativas, desta vez em Vacaria/RS. Participaram agricultores agroecologistas das diferentes regiões de atuação do CETAP, membros da equipe técnica do CETAP e do Centro Ecológico, alunos e professores do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Rural da UFRGS, além de técnicos do Departamento de Biodiversidade da Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Sema/RS) e da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR/RS).

Durante a manhã os participantes debateram sobre as perspectivas de ampliação das agroflorestas e da produção de frutas nativas na região. Dando continuidade aos encaminhamentos do encontro anterior, também foi abordado o funcionamento do Fundo Participativo Autogestionado que possa apoiar iniciativas e formação dos agricultores. Na sequência, foi feita uma rápida apresentação do projeto Nexus, destacando os objetivos de trabalhar com a segurança alimentar, energética e hídrica, o que está diretamente relacionado com a temática das agroflorestas. Também foram apresentadas propostas de novas aplicações para os resíduos do pinhão, como a casca, a falha e a grimpa, visando a produção energética e o desenvolvimento de novos produtos. Estes estudos estão sendo desenvolvidos em parceria com pesquisadores da Embrapa/PR.

Após o almoço, a atividade teve sequencia com um dia de campo na propriedade do seu Idarci Orsatto, onde os participantes visitaram uma agrofloresta que está sendo manejada há aproximadamente cinco anos. No local foram feitas atividades de poda, além de uma análise das espécies existentes e do planejamento de plantio.

 

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Inauguração da Feira Pé na Terra na Utopia Gastronomia, em Sananduva

Inaugurou no dia 6 de setembro de 2018 mais uma feira ecológica em nossa região. A Feira Pé na Terra acontece junto ao espaço da Utopia Gastronomia, em Sananduva/RS. Organizada e abastecida por integrantes do grupo Bóia Bacana de Sananduva, a feira oferece à comunidade produtos locais, frescos, orgânicos, cultivados no município, além de Panc’s (Plantas alimentícias não convencionais) e alimentos artesanais preparados no próprio local.

A feira acontece todas as quintas-feiras, a partir das 15h45min. É uma ótima oportunidade para adquirir alimentos agroecológicos, sustentáveis, além de poder encontrar e conversar com os jovens agricultores que estão cultivando estes alimentos e viabilizando esta iniciativa, buscando fazer a diferença através da alimentação saudável e de qualidade. O CETAP é entidade parceira na assistência técnica dos agricultores e na articulação com o público urbano. Também merece destaque a bela pintura que decora o ambiente da feira, produzido pelo Ateliê Pincel de Cipó, de Tapejara/RS. Venha conhecer!

 

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Dia de campo sobre Abelhas Sem Ferrão

No dia 6 de agosto aconteceu um dia de campo com a temática das abelhas nativas sem ferrão (ASF). A atividade faz parte do Projeto Rural Sustentável, que visa, através da cooperação técnica, melhorar a gestão da terra e das florestas pelos agricultores, para o desenvolvimento rural sustentável, redução da pobreza, conservação da biodiversidade e proteção do clima.

O CETAP é parceiro no desenvolvimento do projeto no Rio Grande do Sul, atuando como Instituição de Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER. O encontro aconteceu na unidade de referencia de Edson e Valdete Klein, no interior de Erechim/RS. Participaram agricultores, alunos e professores da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).


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Incentivo à Produção e ao Consumo de Alimentos Agroecológicos em Aratiba/RS

No dia 3 de agosto de 2018 aconteceu o lançamento oficial do Programa de Incentivo à Produção e ao Consumo de Alimentos Agroecológicos do município de Aratiba/RS. O evento foi promovido pela Prefeitura Municipal, juntamente com as entidades parceiras, para divulgar e sensibilizar a comunidade local sobre a importância da qualidade da alimentação.

O programa irá incentivar a produção e o consumo de alimentos ecológicos, gerando empregos e renda no meio rural, com melhoria de qualidade de vida para toda a comunidade Aratibense. Entre os objetivos está facilitar o acesso a alimentos saudáveis, produzidos sem prejudicar o meio ambiente. Atualmente, muitas doenças têm origem na qualidade dos alimentos que ingerimos, por isso é necessário buscar uma alimentação mais saudável. A produção agroecológica representa o equilíbrio entre o meio ambiente e o bem estar do ser humano.

O programa visa ainda contribuir na permanência dos agricultores no campo, em especial a juventude; reconhecer e valorizar o trabalho das mulheres; reduzir o uso de agrotóxicos e insumos químicos na região; fortalecer a organização dos agricultores; ampliar o número de agricultores com acesso à orientação técnica, além de estimular dinâmicas coletivas de circulação e comércio justo de alimentos ecológicos.

O Cetap é a entidade responsável pelo acompanhamento técnico do programa, realizando a assistência técnica junto aos agricultores e a articulação junto ao Grupo de Trabalho que reúne o poder público municipal e as demais entidades parceiras do projeto.

Durante a tarde, as entidades promotoras do evento organizaram bancas temáticas com distribuição de material e orientações sobre produção agroecológica, alimentação saudável, ervas medicinais, criação de abelhas sem ferrão, além de distribuição de suco natural de laranja. O evento foi aberto a toda a comunidade, com destaque para a participação de alunos e professores do Ensino Fundamental do município. Às 17h30min aconteceu o ato de assinatura do projeto, com a presença do prefeito municipal, representantes das entidades parceiras, agricultores e consumidores urbanos.

Para o Prefeito Municipal, Guilherme Eugênio Granzotto, “ganham os consumidores que podem adquirir alimentos mais saudáveis, produzidos no próprio município e também valoriza-se o trabalho dos produtores rurais, na certeza de termos sempre o melhor em nossas mesas”. No final do evento, foi oferecido aos presentes um coquetel preparado pelo empreendimento Encontro de Sabores, que utiliza frutas nativas e alimentos orgânicos como base para a elaboração de diferentes pratos doces e salgados.

 

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Seminário debate desafios e perspectivas da cadeia produtiva do pinhão

No dia 10 de julho, em Vacaria/RS, foi realizado o 2º Seminário Territorial: desafios e perspectivas da cadeia produtiva do pinhão nos Campos de Cima da Serra. O objetivo foi debater e socializar experiências sobre os desafios e perspectivas da cadeia produtiva do pinhão, articulando atores locais e regionais que constituem esta cadeia, a fim de criar uma rede capaz de propor soluções para as demandas identificadas. O evento foi promovido pelo CETAP – Centro de Tecnologias Alternativas Populares, conjuntamente com a Câmara Temática de Agroflorestas do CODETER Campos de Cima da Serra e o PGDR/UFRGS.

Inicialmente foi desenvolvida uma dinâmica de apresentação, onde cada participante pode expressar qual sua relação com a cadeia produtiva do pinhão. O seminário reuniu representantes de grupos de agricultores extrativistas de pinhão, cooperativas e empreendimentos de comercialização, organizações de apoio, fomento e assistência técnica, sindicato de trabalhadores rurais, instituições de ensino superior, além de integrantes de duas secretarias do Estado do Rio Grande do Sul, SEMA (Secretaria do Ambiente e Desenvolvimento Sustentável) e SDR (Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo).

Após uma retomada histórica sobre o processo de articulação desta cadeia produtiva na região dos Campos de Cima da Serra do Rio Grande do Sul, extrativistas, processadores e gastrônomos partilharam experiências e percepções sobre os desafios e potencialidades do pinhão. O chef Rodrigo Bellora, integrante do movimento Slow Food, falou sobre a relação e o trabalho junto ao público urbano, que valoriza a apresentação e a capacidade de rastreabilidade de origem dos produtos, destacando a valorização do aspecto regional do pinhão. Restaurantes e empreendimentos têm o papel de serem difusores e multiplicadores, apresentando novos usos para o pinhão. Lídia Figueiró, do empreendimento Encontro de Sabores, relatou a experiência no processamento e desenvolvimento de novos produtos a base de pinhão. Destacou a necessidade de ampliar a divulgação dos diferentes usos que o pinhão pode ter na elaboração de pratos, especialmente os salgados, além de reforçar que as próprias organizações parceiras precisam assumir mais sistematicamente seu consumo em suas atividades.

Os agricultores extrativistas relataram as dificuldades de serem pioneiros e também a perspectiva de geração de trabalho e renda, buscando alternativas para qualificar e encurtar o caminho entre produtores e consumidores. Os representantes das cooperativas de comercialização abordaram a relação entre preço e apresentação do produto, a partir da ótica dos consumidores e como a Ceasa tem papel decisivo na regulação dos preços nos grandes centros. O pinhão tem consumo sazonal e as exigências legais e sanitárias dificultam subprodutos que possam ser comercializados durante o ano todo.

O Araucária+ é uma iniciativa de valorização econômica da Floresta com Araucárias. O grupo apresentou algumas experiências já realizadas e abriu a possibilidade de contribuir na conexão entre produtores e o mercado consumidor, especialmente na viabilização de novos projetos. Entre os encaminhamentos do seminário, está a realização de um encontro para planejamento da próxima safra do pinhão; avançar na classificação e padronização, socializando conhecimentos técnicos de processamento; além de promover o debate sobre as diferenças entre o processamento primário e as agroindústrias, para avançar no beneficiamento e exigências legais para comercialização de novos produtos. Os participantes também puderam apreciar no almoço e no coquetel de encerramento diversos pratos preparados a base do pinhão.

 

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Alunos da UFSM visitam o Cetap para conhecer o trabalho realizado com agricultores agroecológicos

Alunos do 7º semestre dos cursos de Engenharia Florestal e Agronomia, da Universidade Federal de Santa Maria, campus de Frederico Westphalen, visitaram a sede do Cetap, em Passo Fundo, nesta sexta-feira, dia 22 de junho. O grupo, de aproximadamente 40 alunos, organizou a viagem para conhecer melhor o trabalho desenvolvido pelo Cetap junto aos agricultores agroecológicos da região. A visita integra as atividades da disciplina de Extensão e Desenvolvimento Rural, ministrada pelo professor Oscar Agustín Torres Figueredo.

Inicialmente foi feira uma apresentação sobre a história do Cetap, o trabalho realizado, a estrutura e as áreas demonstrativas acompanhadas pela entidade. Em seguida foi abordada a temática da agroecologia, destacando a viabilidade desta proposta e os benefícios deste tipo de produção de alimentos, em termos sociais, ambientais e econômicos, que resultam também numa mudança de comportamento e das relações entre as pessoas envolvidas.

Os alunos fizeram questionamentos sobre a distribuição e comercialização dos produtos agroecológicos e o funcionamento do trabalho de extensão rural desenvolvido pelo Cetap. Foi explicado que o acompanhamento aos agricultores não está baseado na periodicidade das visitas técnicas, mas no monitoramento da produção e na ajuda para solução de problemas através de visitas agendadas, além da crescente utilização do telefone, da internet e de aplicativos de mensagens. “Acreditamos numa extensão onde o próprio agricultor ajuda os outros agricultores, trocando experiências e trabalhando cada vez mais integrados em redes de produção e comercialização”, destacou Lauro Foschiera, da equipe de coordenação do Cetap.

Outro aspecto abordado foi o da sucessão rural e de como a agroecologia interfere neste processo. Este modelo permite uma maior integração familiar, seja do ponto de vista das decisões, da administração das receitas e mesmo da maior demanda de mão de obra, tendo muito mais trabalho artesanal em comparação ao agronegócio, que cada vez está mais mecanizado. Fica evidente nas famílias que participam de feiras ecológicas uma nova organização da produção e das relações, com papel de destaque para as mulheres e jovens.

O trabalho com sistemas agroflorestais também foi destacado na visita, apresentando um pouco da experiência do Cetap em consorciar a produção de alimentos com as árvores, aproveitando a grande diversidade de frutas nativas da Mata Atlântica. Neste sentido, os alunos também conheceram a proposta e os produtos desenvolvidos e comercializados pelo empreendimento Encontro de Sabores, que utiliza as frutas nativas da região na elaboração de pratos especiais, panificados, salgados, picolés, sucos, entre outros. Esta nova proposta busca integrar agricultores e o público urbano, apresentando novas formas de distribuição e sensibilização para os alimentos agroecológicos.

Por fim, foram apresentados alguns aspectos que dificultam uma produção mais diversificada de alimentos, especialmente os agroecológicos. Os alunos foram desafiados a continuar estudando estes temas e debatendo a agroecologia no ambiente acadêmico. A avaliação foi bastante positiva e abriu-se a possibilidade de realizar uma nova visita a campo, para observar na prática o trabalho desenvolvido pelos agricultores agroecológicos.

 

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Cetap participa da Semana Municipal do Meio Ambiente de Erechim

De de 18 a 23 de junho aconteceu a XVII Semana Municipal do Meio Ambiente de Erechim/RS. A realização é do Município, através da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, em conjunto com entidades parceiras e apoiadores, entre as quais, o Cetap. Neste ano o tema foi “Erechim 100 anos: Estratégias e Sustentabilidade”.

Ao longo da semana foram desenvolvidas várias atividades, principalmente junto aos estudantes do ensino fundamental, médio e superior, além de painéis, oficinas e palestras com representantes de diferentes organizações do meio urbano e rural.

Na quinta feira, dia 21 de junho, o Cetap foi o responsável pela atividade que aconteceu das 19h às 21h, na Câmara de Vereadores, apresentando o tema da sociobiodiversidade na sustentabilidade. Com a participação de Alvir Longhi, da equipe técnica do Cetap, foi trabalhado o que é a sociobiodiversidade e o que existe neste sentido na região de Erechim. Foi abordada a necessidade deste tema ser observado também em relação à nossa alimentação, considerando as possibilidades que temos de valorizar a riqueza da biodiversidade local. Como exemplo, foi abordado o potencial das agroflorestas e das frutas nativas na alimentação familiar.

Participaram do debate agricultores e consumidores urbanos, que manifestaram como se sentem em relação ao ambiente em que vivem. Nos relatos falou-se sobre a falta de valorização dos alimentos produzidos pelos agricultores locais e de municípios vizinhos, bem como da influência da mídia e do marketing das grandes empresas do ramo alimentar, que alteram hábitos e costumes, visando ampliar as vendas dos produtos industrializados. A valorização da nossa sociobiodiversidade local garante não só geração de renda e trabalho no meio rural, mas representa ganhos importantes para a economia de toda a  região, sendo uma estratégia fundamental de sustentabilidade.


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Cetap participa de painel sobre desafios e perspectivas da sustentabilidade

O IV Fórum Regional de Conservação e Biodiversidade aconteceu nos dias 14 e 15 de junho, no Centro de Eventos da UPF, em Passo Fundo/RS, reunindo alunos de graduação e pós-graduação, poder público, técnicos administrativos, representantes de Organizações Não Governamentais e docentes de diferentes áreas. O evento também se caracteriza por ser espaço de diálogo e divulgação de estudos sobre temáticas relacionadas à sustentabilidade. A programação contempla palestras, mesa redonda, colóquio, relato de experiências, rodas de conversa, painel e apresentação de trabalhos científicos.

O painel “Perspectivas da sustentabilidade” apresentou três ações concretas que acontecem em Passo Fundo/RS. Representando o Centro de Tecnologias Alternativas Populares, Lauro Foschiera iniciou com um questionamento aos participantes: a sustentabilidade que buscamos é para quê e para quem? A partir da experiência da Feira Ecológica de Passo Fundo, foram apresentados alguns dos significados da produção e comercialização direta de produtos agroecológicos. Foi destacado o diálogo e interação entre agricultores e consumidores, o maior acesso da população urbana à alimentos saudáveis, de qualidade e com variedade, com ganhos inclusive para o município, que amplia sua visibilidade social e política.  Este modelo também qualifica as relações de gênero, capacitando especialmente os jovens e as mulheres agricultoras, estimulando parcerias e contribuindo na segurança alimentar e nutricional. “A agricultura ecológica pode mudar comportamentos. A conservação e a biodiversidade exigem e dependem das nossas atitudes, por isso é fundamental investir nas pessoas”, finalizou Foschiera.

O promotor de Justiça Paulo Cirne, representante da Assembleia Permanente pela Preservação Ambiental (Appa), destacou a necessidade de envolvimento da sociedade civil e da integração entre diferentes setores para atuar no planejamento, na fiscalização e na promoção de ações. O representante do Projeto TransformAção apresentou o funcionamento das cooperativas de recicladores que atuam na cidade de Passo Fundo e a importância da ação destes trabalhadores. Considerando o volume de lixo produzido diariamente na cidade, o percentual efetivamente reciclado ainda é muito pequeno, representando um grande desafio para o poder público. Por outro lado, os dados dos últimos anos reforçam as cooperativas de reciclagem como a melhor alternativa para enfrentar este problema.

Com o tema “Desafios e perspectivas da sustentabilidade” o evento teve como objetivo discutir o tema na perspectiva das Ciências Ambientais. Coordenadora do evento, a professora Carla Denise Tedesco avalia que conciliar a conservação do meio ambiente, o desenvolvimento econômico e ter justiça social são os principais desafios da área. “Um dos objetivos é formar redes de trabalho. Esse é um tema multidisciplinar, desafiador na lógica da construção, e precisa de profissionais de todas as áreas. Precisamos reconhecer, a partir dessas redes, linhas de ação em nível de pós-graduação. Queremos que a pesquisa produzida retorne para a comunidade e tenha sentido. Ao mesmo tempo em que é um evento, é também um semidiagnóstico das potencialidades que temos a partir do fórum”, explica a professora, que divide a coordenação do Fórum com a aluna do programa de pós-graduação, Natalia Cristine Ficanha.

Dentre as atividades paralelas, aconteceu a Mostra Possibilidades da Sustentabilidade, com a exposição de plantas bioativas pelo Núcleo de Estudos em Agroecologia (NEA); uma banca com produtos agroecológicos, organizada pelo CETAP; e uma exposição sobre sustentabilidade, organizada pelo Muzeu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar).

 

* Com informações da Universidade de Passo Fundo


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Qual o papel e a contribuição das redes e articulações para o avanço da agroecologia?

Pensando em toda diversidade que marca os territórios brasileiros, o IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA), que aconteceu de 31 de maio a 3 de junho de 2018, em Belo Horizonte /MG, aprofundou cerca de 32 experiências territoriais em agroecologia. Seis biomas brasileiros – Pampa, Caatinga, Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal – foram apresentados através de instalações artístico-pedagógicas em tendas que receberam os participantes do encontro.

As tendas possibilitaram a reflexão sobre o papel e a contribuição das redes e articulações para o avanço da agroecologia, bem como reforçaram a importância das políticas públicas para o fortalecimento das experiências agroecológicas e para a defesa e preservação da nossa biodiversidade. Na tenda pedagógica do bioma Pampa e Mata Atlântica do Sul foi apresentada a trajetória da Rede de Agroecologia Ecovida e a experiência de agroecologia do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), ambos do Rio Grande do Sul. Em locais onde o agronegócio, plantações de soja e criação de gado são predominantes nas paisagens, a necessidade de dar destino correto às produções agroecológicas se mostrou como um desafio para agricultoras e agricultores.

O objetivo foi debater como se constrói agroecologia num determinado território, aprofundando quais elementos potencializam e quais fragilizam esta proposta e como é possível “costurar” estas situações para que a população local seja integrada neste processo. O CETAP, como integrante da Rede Ecovida, foi um dos organizadores desta tenda pedagógica, apresentando como está se construindo a agroecologia no Núcleo Planalto da Rede Ecovida, região de atuação da entidade.

A partir de um resgate histórico, foram apresentados os fatos marcantes desta trajetória e as metodologias usadas para superar as dificuldades. Esta linha do tempo foi desenvolvida de forma participativa, numa dinâmica que envolveu representantes de diversas regiões do Brasil, que puderam trocar experiências sobre diferentes formas de construir a agroecologia, apresentando situações vivenciadas em suas realidades locais.

Em sintonia com o tema geral do IV ENA, “Agroecologia e Democracia, Unindo Campo e Cidade”, foi destacada a necessidade de ampliar a discussão sobre a agroecologia, que não é uma temática rural, centrada na produção, mas interessa ao conjunto da sociedade. As feiras ecológicas, na maioria das regiões brasileiras, foram o elemento que iniciou esta integração campo-cidade de maneira concreta e ainda hoje desenvolvem um papel fundamental. Na tenda pedagógica e em outros seminários do encontro nacional foi enfatizado que o que se busca com a agricultura ecológica é reconstruir um sistema alimentar. No campo da produção é a produção agroecológica, mas no campo da distribuição o que é? Quais os novos mecanismos de distribuição de alimentos agroecológicos numa sociedade, além das feiras, para que gradualmente toda a população tenha mais acesso? Neste sentido, uma das ações inovadoras apresentadas foi a proposta do empreendimento Encontro de Sabores, sediado em Passo Fundo/RS, mas com atuação em toda a região norte do estado. Através de uma rede de produtores de frutas nativas e de profissionais que fazem o beneficiamento da produção agroecológica, o empreendimento está criando novas possibilidades de comercialização, com destaque para a realização de eventos e coquetéis. Com uma grande diversidade de produtos, como panificados, bolos, bolachas, salgados, pratos quentes, polpas, sucos, picolés, entre outros, mais do que oferecer alternativas para quem busca consumir produtos mais saudáveis, é uma forma importante de sensibilização no espaço urbano, ampliando o diálogo entre diferentes públicos, produtores e consumidores.

 

Com informações da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA


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No Dia Mundial do Meio Ambiente, ANA divulga a carta do IV Encontro Nacional de Agroecologia

A Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) divulgou no dia 2 de junho a carta do IV Encontro Nacional de Agroecologia (IV ENA), realizado de 31/05 a 03/06, em Belo Horizonte/MG. A carta reafirma a agroecologia como uma alternativa para a superação do modelo de desenvolvimento agrícola e abastecimento alimentar ambientalmente predatório e socialmente injusto que permanece dominando as orientações políticas do Estado brasileiro.

Aprovada por 2 mil pessoas participantes do evento, de todos os estados do Brasil, a Carta apresenta denúncias contra a violência e o autoritarismo do latifúndio e de projetos do grande capital, que exploram a natureza de forma predatória para a produção de commoditties. O documento  evidencia, ainda,  as lutas e as conquistas dos movimentos social e sindical, redes, articulações e organizações do campo e da cidade, além da diversidade das práticas agroecológicas.

A agricultura industrial e os sistemas de abastecimento alimentar globalizado são os principais responsáveis pela degradação da Natureza e pelas mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, estão na origem ou acentuam graves dilemas sociais que afetam as sociedades atuais, tais como a fome e a desnutrição, a pobreza, o desemprego, os preconceitos e a intolerância, a violência e o aumento exponencial de doenças associadas à má alimentação. As experiências de agroecologia debatidas no evento, vindas de todos os Biomas brasileiros, apresentam soluções concretas para o enfrentamento conjugado dos desafios ambientais e sociais, dando sentido político ao lema do IV ENA: Agroecologia e Democracia, Unindo Campo e Cidade.

Clique aqui para ler a Carta Política do IV ENA

 

Com informações da Articulação Nacional de Agroecologia – ANA
Fonte: www.agroecologia.org.br


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