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Formação sobre Abelhas Nativas Sem Ferrão fortalece as práticas agroecológicas e oferece alternativas para jovens da Região Sul

Dentre os princípios fundamentais das práticas agroecológicas, as questões da preservação da água e dos solos são as que costumam ter maior ênfase no cotidiano de agricultores e suas organizações. Com importância equivalente na manutenção de uma agricultura sustentável, a abordagem teórica e prática sobre os processos de polinização vem ampliando seu espaço nestes ambientes. É o caso do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), que desenvolve ações permanentes como palestras, debates e cursos sobre as Abelhas Nativas Sem Ferrão (ANSF). O trabalho estimula a conservação, o manejo e multiplicação destas espécies, que respondem por 40 a 90% da polinização de árvores nativas, dependendo da região.

Nos dias 11 e 12/11, o CETAP realizou em Erechim e Aratiba (RS) uma formação sobre ANSF, voltada ao público local e aos grupos de jovens que vieram das regiões de Palmeira (PR), Lages e Florianópolis (SC).  De origens diversas, os 20 jovens representam assentados indígenas, agricultores, consumidores, técnicos extensionistas e estudantes de Agroecologia, mobilizados pela atuação conjunta das entidades CETAP, Cepagro, ASPTA e Centro Vianei. No primeiro dia da Formação, uma atividade introdutória exclusiva a este grupo foi realizada pelos anfitriões de Erechim.

O técnico do CETAP Edson Klein foi o responsável pelo acolhimento dos participantes em seu sítio. Além de um multiplicador de conhecimento, ele também realiza o manejo permanente de uma criação que hoje soma 160 caixas de diversas espécies de abelhas nativas. A prática foi iniciada com a revisão do meliponário, introduzindo o conjunto de tarefas cotidianas que envolvem a lida com os animais, desde a captura de novos enxames à alimentação suplementar em períodos de escassez de floradas. 

 “Se ficarmos um período de 4 anos sem abelhas, ficamos também sem alimentos”, ressaltou Edson em suas falas iniciais, destacando o papel fundamental da polinização e as ameaças sofridas pelas ANSF, principais responsáveis por este serviço ambiental. As atividades preliminares de preservação iniciam-se com a captura de novos enxames, a partir de armadilhas simples feitas com garrafas PET, jornal e plástico preto. Com estes artefatos, simula-se o habitat próximo ao natural da maioria das ANSF, que geralmente fazem seus ninhos em ocos de árvores. Como isca é utilizado o geoprópolis, substância produzida pelas abelhas contendo seus ferômonios, diluído em álcool 70º.

Os alunos puderam conferir o resultado da aplicação de uma armadilha, que permaneceu em um ponto fixo por volta de 45 dias até a consolidação do novo enxame. Utilizando um estilete, Edson fez a retirada das camadas de plástico preto e jornal em volta da garrafa, responsáveis pelo equilíbrio térmico e controle da luminosidade no ambiente. Depois, foi rompida a embalagem da PET e exibida a bela e complexa estrutura de nidificação de uma ANSF, naquele caso da espécie Plebeia emerina. Por fim foram apresentados os procedimentos de transferência do ninho, que ganha sua morada definitiva em pequenas caixas de madeira com 4,5 cm de espessura, dimensionadas assim para um correta regulação térmica. Cada ninho pode ser multiplicado inúmeras vezes, de acordo com o processo de formação das rainhas, cuja dinâmica é distinta entre os gêneros Melípona e Trigona.

No dia seguinte, um Seminário Técnico sobre as ASNF foi realizado no município vizinho de Aratiba, ampliado para o público local e atingindo cerca de 100 participantes. O Seminário foi apoiado pelo projeto que o CETAP possui com MISEREOR, COOPERTEC, CRESOL e RGE. A atividade iniciou-se com a palestra “Regularização e Regulamentação de Meliponários”, proferida por Flávio Flores Pires, da Divisão de Fauna da SEMA/RS (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura). A partir da exposição de legislações federal e estadual, foi esclarecido que um meliponário contendo até 49 colmeias não necessita de autorização, desde que não tenha função comercial. Excedido este número, ou no caso de fins comerciais, os responsáveis pela criação devem procurar o órgão ambiental para regularizar a atividade. Os enxames devem também ser restritos às abelhas nativas de cada Estado, cuja lista no Rio Grande do Sul apresenta 24 espécies. Podem ser autorizadas espécies de ANSF de outros Estados, desde que aprovadas em uma análise de risco feita pelas autoridades competentes.

Na parte da tarde, o meliponicultor Silvano Mohr, representando a CRESOL, abriu as portas de seu meliponário para a realização de oficinas práticas. Os participantes revezaram-se em 3 sessões simultâneas, onde aprenderam as técnicas de transferência e multiplicação de enxames, métodos de captura e alimentação suplementar. O evento foi encerrado com um café 100 % agroecológico, com produtos a base de pinhão e frutas nativas como guabiroba, butiá e araçá vermelho. A refeição foi preparada pelo empreendimento Encontro de Sabores, parceiro do CETAP que trabalha com a promoção e valorização destes produtos do extrativismo nas regiões Norte e Nordeste do RS. O preparo do almoço, também integralmente com produtos agroecológicos em que se destacaram a paçoca de pinhão e o porco crioulo com calda de jabuticaba, foi feito por um grupo de mulheres da agroindústria Flor de Pitanga de Itatiba do Sul.

No final do encontro, os jovens participantes fizeram uma avaliação do que aprenderam e relataram ideias do que pretendem fazer com o aprendizado. Jéssica Kerexu, de 22 anos, disse que vai multiplicar o tema com seus alunos na escola da aldeia guarani em Biguaçu (SC) onde ela leciona. O manejo de abelhas sem ferrão é ideal para a prática com crianças, uma vez que não oferece os riscos de picadas como ocorre com as espécies africana e europeia. Nicole, de Rio Azul (PR), contou que a expectativa é utilizar as ANSF para polinizar o morango orgânico na propriedade da família, que está passando por um processo de diversificação de lavouras de tabaco. Processos contínuos de formação para a juventude seguem no foco das ações desenvolvidas em rede pelo CETAP, Cepagro, ASPTA e Centro Vianei, atendendo a essas e outras demandas levantadas pelos beneficiários. 

* Por Fernando Angeoletto, jornalista do projeto Misereor em Rede (CETAP, Cepagro, ASPTA e Centro Vianei)


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Seminário debate sobre o sistema de plantio direto de hortaliças

Com o objetivo de oportunizar formação para agricultores e agricultoras familiares nos temas relacionados à agroecologia, aconteceu no dia 10 de novembro, na sede da Cresol, em Sananduva/RS, um Seminário Técnico sobre SPDH – Sistema de Plantio Direto de Hortaliças. Participaram 60 pessoas, entre agricultores familiares e representantes de entidades parceiras da produção agroecológica na região.

O SPDH prevê um conjunto de práticas, mas o principal é a proteção permanente do solo com palhas, utilizando plantas de cobertura para formar biomassa. Isso significa reduzir o estresse relacionado a fatores como temperatura, umidade, luminosidade entre outras contribuições.

O sistema de plantio direto possibilita o desenvolvimento da microbiologia do solo, sendo esses microrganismos responsáveis por uma porcentagem significativa do sequestro de carbono no solo, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das plantas. O sistema de plantio direto de hortaliças na palha é uma tecnologia de domínio das famílias e que através de momentos formativos como este e visitas, podemos fazer com que mais propriedades possam aderir, diminuindo a necessidade de aplicar insumos externos, mantendo mais água no sistema e resultando num solo de qualidade para as plantas.

Como resistência e também como base de uma nova proposta de desenvolvimento, a agricultura familiar agroecológica tem função estratégica na produção, mas também na sua condição de multifuncionalidade em temas como segurança e soberania alimentar, geração de trabalho e renda, dinamização econômica, conservação ambiental, proteção e preservação da biodiversidade, preservação cultural e valorização da vida no campo.

Fica o desafio de avançarmos nas áreas com produção orgânica, onde a transição iniciada pelo sistema de plantio direto sobre a palha contribui na redução de custos de produção, mantêm a produtividade e cria autonomia para as famílias.

O seminário foi um momento de retomarmos a trajetória da construção da agroecologia, onde grupos se articulam para construir alternativas ao modelo convencional de produção. Através de suas organizações, famílias agricultoras apoiam-se mutuamente para permanecer na agricultura, produzindo alimentos, com domínio dos meios de produção. Os Seminários Técnicos sobre Agroecologia são uma promoção da COOPERTEC e CETAP, com o apoio da Cresol.


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Mudanças Climáticas: a agroecologia é o caminho  

Alterações climáticas em diversos ciclos ecológicos, em especial o ciclo do carbono, ou como é popularmente conhecido, o aquecimento global, devem ganhar cada vez mais a nossa atenção. A promoção de um sistema alimentar de base agroecológica, desde a produção, passando pelo processamento, até as dinâmicas de comercialização, mais que uma possibilidade, tornou-se uma necessidade, frente aos desafios globais que vivemos.

O CETAP, ao longo da sua história, tem como elemento central de suas ações no campo produtivo, os temas de manejo ecológico do solo, valorização e uso da sociobiodiversidade e o cuidado dos ecossistemas locais. Para isso, tem buscado promover junto a grupos e famílias agricultoras e extrativistas, diferentes arranjos produtivos, como sistemas agroflorestais, manejo sustentável de áreas de extrativismo, criação animal ao ar livre, conservação e criação de polinizadores (abelhas nativas sem ferrão), produção diversificada de alimentos ecológicos e agricultura urbana.

Semear ideias que melhoram o mundo

“Consumindo alimentos agroecológicos, produzidos na nossa região, incentivamos a recuperação e ampliação da biodiversidade e contribuímos com a preservação do planeta, agindo contra a mudança global do clima”.

É importante destacar a base que fundamenta a agricultura ecológica, que por vezes pode ser entendida ou interpretada de forma simplória, como meramente uma substituição de insumos. A produção agroecológica se conecta com o ciclo da matéria orgânica, que é a fonte de nutrientes, aminoácidos e outros elementos fundamentais para a vida do solo e a nutrição de plantas e animais. Sendo assim, a agricultura ecológica contribui também para a melhoria da qualidade ambiental e a restauração dos ciclos ecológicos, além de ter influência direta na qualidade de vida de agricultores e agricultoras.

Entretanto, quando falamos em atividades agropecuárias baseadas em insumos químicos (como adubos e agrotóxicos), alimentação animal industrializada (como rações), estamos falando de um sistema de produção baseado em uma cadeia produtiva altamente artificializada em todas as suas etapas. Trata-se de um sistema poluente que compromete drasticamente a qualidade ambiental, contaminando a água e, obviamente, tendo um grande impacto nas emissões de CO².

Pensando nessas cadeias produtivas longas e negativamente impactantes ao ambiente, podemos observar alguns poucos exemplos, dentre os milhares que temos, com enfoque no consumo de água, somando os custos em cada etapa da cadeia produtiva, desde a extração de minerais para fertilizantes, produção, industrialização e distribuição:

  • 1 kg de carne bovina = 15.400 litros de água
  • 1 litro de cerveja = 155 litros de água
  • 1 litro de Coca-Cola = 70 litros de água

A partir desses dados, podemos ter uma ideia da quantidade de gás carbônico que uma agricultura de base industrial lança na atmosfera todos os dias.

Para demonstrar o impacto que a produção de alimentos “convencionais” causa, usaremos como exemplo a imagem que representa a produção de ovos de granja (mas que poderia ser aplicada a diversos outros alimentos), onde um ovo (cerca de 60 gramas), necessita de 200 litros de água para ser produzido.

Diferente deste sistema convencional de produção, processamento e distribuição de alimentos, que existe em escala global, os custos ambientais do sistema alimentar agroecológico são muito menores, em todas as etapas.

Por exemplo, na produção agroecológica não se utilizam adubos químicos e agrotóxicos, produtos que têm na sua matriz o combustível fóssil, um dos grandes responsáveis pela emissão de gás carbônico. Outro exemplo é que partimos do princípio de desenvolver sistemas de produção que não alterem drasticamente o ecossistema local, com isso, reduzimos significativamente o desmatamento e a conversão de outros ambientes.

Ao optar por produzir e consumir produtos agroecológicos, oriundos dos mais diversos arranjos produtivos, estamos contribuindo significativamente com a mitigação nos impactos das mudanças climáticas

Construindo um futuro sustentável

Os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) são um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade.

Até 2030, um dos objetivos é garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos e implementar práticas agrícolas resilientes, que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas e que melhorem a qualidade do solo.

Também busca-se manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas e animais, garantindo o acesso e a repartição justa e equitativa dos benefícios da utilização dos recursos genéticos e conhecimentos tradicionais.

No trabalho cotidiano do CETAP desenvolvemos ações que colaboram diretamente com 10 dos 17 Objetivos Globais para o Desenvolvimento Sustentável:

  1. Erradicação da pobreza – Erradicar a pobreza em todas as formas e em todos os lugares
  2. Fome zero e agricultura sustentável – Erradicar a fome, alcançar a segurança alimentar, melhorar a nutrição e promover a agricultura sustentável
  3. Igualdade de gênero – Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas
  4. Água potável e saneamento – Garantir a disponibilidade e a gestão sustentável da água potável e do saneamento para todos
  5. Trabalho decente e crescimento econômico – Promover o crescimento econômico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos
  6. Redução das desigualdades – Reduzir as desigualdades no interior dos países e entre países
  7. Consumo e produção responsáveis – Garantir padrões de consumo e de produção sustentáveis
  8. Ação contra a mudança global do clima – Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos
  9. Vida terrestre – Proteger, restaurar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, travar e reverter a degradação dos solos e travar a perda da biodiversidade
  10. Parcerias e meios de implementação – Reforçar os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento sustentável

A Campanha sobre a Emergência Climática é desenvolvida pelo CETAP em parceria com a Rede Terra do Futuro (Framtidsjorden). Você pode acessar o panfleto da campanha no link abaixo:


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Pequenos meliponicultores preservando o meio ambiente

O 1º Seminário da Escola Municipal de Educação Infantil Padre Alcides, de Passo Fundo/RS, realizado no dia 5 de novembro, foi uma oportunidade de compartilhar com a comunidade escolar e também com a comunidade em geral o processo pedagógico de trabalho da escola, através de oficinas e trocas de experiências. O CETAP desenvolve um trabalho de educação ambiental e segurança alimentar, em parceria com a escola, há vários anos, especialmente na assessoria da horta escolar e, mais recentemente, com a criação de abelhas sem ferrão.

Durante a manhã foram realizadas três oficinas gratuitas sobre criação de Abelhas Nativas Sem Ferrão, com a assessoria da equipe técnica do CETAP. Foram abordadas a confecção de iscas e extrato para capturas, a alimentação complementar para enxames, a transferência de enxames para a caixa de abelhas e o controle de forídeos, além dos principais cuidados no manejo até a divisão de enxames. A participação nas oficinas foi muito boa, com muita interação e partilha de experiências entre os participantes. Foi destaque o interesse de várias pessoas na criação de abelhas sem ferrão, especialmente no espaço urbano.

Após as oficinas, foi realizada uma apresentação sobre o Processo Pedagógico de Trabalho na Escola Municipal de Educação Infantil Padre Alcides. A diretora da Escola, professora Gerusa Zanotto, destacou a caminhada de construção coletiva do projeto pedagógico, buscando atender as principais demandas da comunidade local. Também a professora Danielli Jury, coordenadora pedagógica, comentou sobre o envolvimento de toda a equipe de professores nos projetos interdisciplinares, focando em ações práticas para estimular o diálogo e promover a construção do conhecimento. Também foi destaque a importância de parcerias para inovar no processo educativo.

Na sequência, os participantes degustaram alimentos preparados pelo empreendimento Encontro de Sabores, de Passo Fundo, que elabora pratos a partir da sociobiodiversidade nativa do Rio Grande do Sul. Salgados, bolos e sucos naturais foram servidos e apreciados por pais, estudantes, professores e participantes das oficinas.

Na parte externa da escola foram montadas bancas com exposições, demonstrações e serviços oferecidos pelos Projetos de Extensão da Universidade de Passo Fundo, Serviço de Hemoterapia do Hospital São Vicente de Paulo, Feira Ecológica da Coonalter, ESF Adirbal Corralo e Prefeitura Municipal de Passo Fundo. As crianças também contaram com brinquedos infláveis e atividades de recreação.

O evento foi promovido pela EMEI Padre Alcides e pelo CETAP, integrando as atividades do projeto Consumidores e Agricultores em Rede, desenvolvido em parceria com a Misereor. Foram apoiadores a Universidade de Passo Fundo, a Coonalter, o Encontro de Sabores, o Hospital São Vicente de Paulo e a Prefeitura Municipal de Passo Fundo. A escola fica na Rua Jorge Dadia, 117, Bairro Victor Issler, em Passo Fundo.


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Alunos da Educação Infantil visitam Unidade de Referência em Meliponicultura Urbana na sede do CETAP

No dia 26 de outubro um grupo de alunos da Educação Infantil do Colégio Marista Conceição, de Passo Fundo/RS, realizou uma visita na sede do CETAP, para conhecer o Meliponário Urbano e conversar sobre a importância das abelhas para a polinização e produção de alimentos.

O grupo de aproximadamente 25 crianças, acompanhado das professoras, assistiu um pequeno vídeo sobre o papel das abelhas na natureza e conversou com a equipe técnica do CETAP sobre as características das melíponas e diferenças entre abelhas com ferrão e as abelhas nativas do nosso estado, que não possuem ferrão.

Os alunos foram divididos em grupos para observarem algumas espécies de abelhas nativas sem ferrão (ASF) que fazem parte do meliponário instalado na sede do CETAP, no Bairro Boqueirão, em Passo Fundo. As crianças, com aproximadamente cinco anos de idade, puderam observar e conversar sobre as caixas racionais, as diferentes formas dos discos de cria das abelhas, a organização do trabalho e características dos enxames, além de ter um contato direto com estas abelhas, que são dóceis e não oferecem risco para as pessoas.

O grupo também teve a oportunidade de conhecer o espaço físico da sede do CETAP, que possui um conjunto de árvores nativas. Também foram realizados jogos lúdicos e educativos sobre o tema das abelhas. A proposta é preparar outros momentos como este, abrindo o espaço do CETAP para visitação e educação ambiental para a comunidade local.


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Encontro Juventudes e Agrofloresta proporciona formação para jovens do projeto Consumidores e Agricultores em Rede

Muvucando juventudes da agricultura familiar, da cidade, das aldeias indígenas, de assentamentos da reforma agrária, foi realizado entre os dias 21 e 23 de outubro o Encontro Juventudes e Agrofloresta, no Sítio Florbela, em Florianópolis/SC.

O Encontro reuniu jovens dos três estados do Sul com perfis diversos – filhos/as de agricultores/as, estudantes, consumidores/as, assentados/as da reforma agrária e indígenas – para construir e trocar conhecimentos coletivamente sobre sistemas agroflorestais na teoria e na prática. Além disso, também conversaram sobre os desafios e potenciais das juventudes na Agroecologia. Tudo isso com alimentação agroecológica produzida localmente.

A poesia criada por uma jovem, participante do encontro, e apresentada no momento de partilha e avaliação da atividade, nos apresenta um belo resumo do significado de ações como esta, desenvolvida coletivamente por organizações que atuam diretamente com a organização de famílias agricultoras e a produção e comercialização de alimentos agroecológicos.

É tempo de semear luta e cultivar esperança

Um pedacinho de terra na ilha
É quase um pedaço do céu cercado por mares
Foi o marco para vivenciar o amor incondicional
Nesta experiência sentimos como o vento
O amor rebatendo por todo canto
A doação da família pela vida
Inspiração dos povos originários
A dedicação por ensinar, partilhar, continuar
A água é um tesouro
Berços abertos, esperança plantada
O solo esbanja a vida
As plantas são puro amor, não competem, se doam
São sempre regadas com um punhado de bondade
Tem problema a cobra ali?
Claro que não, são escolhas que a natureza nos dá.
Vertentes revivem aqui sonhos também
O pedacinho de terra na ilha pra muitos virou sonho
Os gaúchos, catarinas e paranaenses vão seguir seus passos
Uma muvuca de pessoas e de emoções
Coragem, sonhos, persistência, alegria…. quanta alegria
Todos e tudo está interligado
Somos sementes, todos floresta
Vamos florescer juntos
Abundância, muita Abundância
E aí?

A atividade foi realizada através do projeto Consumidores e Agricultores em Rede, desenvolvido pelo Cepagro e Centro Vianei de Educação Popular, em Santa Catarina, pelo CETAP, no Rio Grande do Sul e pela AS-PTA Agroecologia, no Paraná, com o apoio da Misereor.


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Alunos do Ensino Médio de Água Santa realizam intercâmbio para conhecer diferentes potencialidades da agroecologia

Um grupo de 30 pessoas, entre alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Médio Cláudio Antônio Benvegnú, de Água Santa/RS, realizou uma visita, dia 24 de outubro, em duas propriedades rurais no município de Sananduva/RS, uma na comunidade do Mão Curta e outra na Comunidade do Lajeado Bonito. O objetivo do intercâmbio foi demonstrar para os alunos, diferentes potencialidades que podem ser trabalhadas na agricultura, trazendo o papel do empreendedorismo, da inovação na busca por novas formas de produção, com técnicas mais sustentáveis.

O intercâmbio iniciou na parte da manhã com uma visita na propriedade da família Pertile, que tem a produção orgânica certificada. Na oportunidade foi explanado sobre o histórico da propriedade, como eles obtiveram e mantém a certificação orgânica através da Rede Ecovida de Agroecologia, quais alimentos são produzidos e a forma de produção. Ainda foi dialogado sobre como historicamente vem sendo realizado o sistema de processamento artesanal da cana de açúcar.

No período da tarde, os alunos e professores visitaram o Sítio Dossel, propriedade que realiza o manejo de mais de 100 tipos de alimentos em sistema agroflorestal. Ali os participantes puderam acompanhar as mais diferentes fases do sistema agroflorestal, desde áreas em implantação, até áreas já com quatro anos de manejo.

A atividade foi organizada pela equipe técnica do CETAP, através do convênio com a Prefeitura Municipal de Água Santa, com o apoio da direção da Escola Estadual de Ensino Médio Cláudio Antônio Benvegnú. A equipe técnica do CETAP se colocou à disposição para auxiliar em demandas futuras para aprofundar mais informações sobre os temas abordados.


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Oficina sobre cosméticos naturais em Passo Fundo

Uma oficina, realizada na sede do CETAP, em Passo Fundo/RS, oportunizou um momento formativo sobre cosméticos naturais e suas formas de produção, vinculando com os potencias de uso da sociobiodiversidade, através da extração do óleo essencial e hidrolatos de espécies nativas. Também aconteceu uma formação teórica e prática de produção de sabonetes artesanais, com utilização dos óleos e hidrolatos extraídos durante a oficina.

A atividade, realizada no dia 7 de outubro, envolveu agricultoras, agricultores e empreendimentos de economia solidária de cinco municípios e contou com a assessoria da equipe técnica do CETAP e da responsável pela coordenação do tema dos cosméticos na Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas do RS, Betina Rubin, que também integra o empreendimento Yatay, que produz e comercializa cosméticos naturais. Foi oportunidade de qualificação dos empreendimentos de economia solidária e agricultores, com foco na coleta e processamento de espécies e frutas nativas para extração de hidrolatos e óleos essenciais.

Foi realizada uma retomada histórica do trabalho envolvendo a Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas, que atua na valorização de espécies nativas do Rio Grande do Sul e nos seus potenciais de uso e comercialização. Na sequência, foram apresentados aspectos teóricos e feita uma atividade prática de extração de óleo essencial e hidrolato, onde os participantes puderam acompanhar o passo-a-passo da montagem do equipamento, preparação das folhas e receberam orientações sobre os procedimentos utilizados para a extração do óleo essencial de guamirim.

A oficina também abordou os procedimentos para produção de sabonetes. Betina Rubin fez uma retomada teórica sobre os componentes e processo de produção e os participantes puderam tirar dúvidas e trocar experiências. Após o final da extração do óleo essencial e hidrolato de guamirim, foi realizada a parte prática da produção dos sabonetes, onde os participantes puderam se envolver no preparo da receita.

A iniciativa foi do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP) em parceria com o empreendimento Yatay, que trabalha com a Saboaria e Cosmética Natural e integra a Cadeia Produtiva Solidaria das Frutas Nativas do RS. Teve também o apoio da UNISOL RS, por meio do Projeto “Desenvolvimento Econômico e Social de Empreendimentos Econômicos e Solidários do Estado do Rio Grande do Sul” e dos projetos de cooperação do CETAP com a Misereor, RGE e Cresol. Na avaliação da atividade, os participantes indicaram que teriam interesse em continuar aprofundando esta temática, especialmente do preparo dos cosméticos.


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Projeto agroecologia construindo caminhos tem nova etapa na região norte gaúcha

A equipe técnica do CETAP que atua na região Alto Uruguai do Rio Grande do Sul realizou um planejamento para a ampliação do número de famílias envolvidas no projeto “Agroecologia na América Latina: construindo caminhos”. Na atividade realizada no escritório do CETAP, em Erechim/RS, também foram indicados jovens bolsistas que vão atuar no cadastramento das informações no aplicativo LiteFarm.

Segundo Giovani Gonçalves, que atua na coordenação do projeto, o objetivo foi olhar como está o andamento do projeto na área de atuação do CETAP e a amplitude que ele está tomando, avaliando os principais limites e avanços no último período. “Temos a pretensão de até o final do mês de outubro finalizar e renovar os planos de cultivos das famílias já cadastradas no LiteFarm, para podermos começar a fazer as análises dos dados produtivos”, destacou Giovani.

Para os próximos meses está prevista a ampliação do número de integrantes do projeto, que pretende envolver 35 famílias neste período de desenvolvimento do aplicativo LiteFarm, uma ferramenta de gestão da propriedade rural e de indicadores da produção agroecológica na América Latina. O CETAP já vinha acompanhando 18 famílias, dos núcleos Alto Uruguai e Planalto da Rede Ecovida de Agroecologia e, a partir deste planejamento, foram mapeadas mais 7 famílias do núcleo Alto Uruguai para iniciar o cadastro das propriedades no aplicativo.

Também foi avaliada a crescente demanda de acompanhamento para o lançamento dos dados produtivos das famílias no aplicativo LiteFarm, que incluem mapas da propriedade, insumos utilizados para produção, custos com mão de obra e volume de produtos comercializados, entre outros dados. A proposta é que cinco jovens, filhos de agricultores familiares que integram a Rede Ecovida de Agroecologia, colaborem nesta tarefa. Na reunião, foram indicados os nomes dos jovens que receberão uma bolsa para auxiliar no cadastro das informações sobre a produção agroecológica na região.

O projeto conta atualmente com a participação de famílias agricultoras espalhadas por cinco países latino-americanos: Brasil, Paraguai, México, Equador e El Salvador. É uma iniciativa desenvolvida através de cooperação internacional entre a Fundação Interamericana (IAF), a Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro – Brasil) e sete organizações que promovem a Agroecologia na América Latina: Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP – Rio Grande do Sul), Movimento Mecenas da Vida (Bahia), Centro Campesino e Rede Tijtoca Nemiliztli (México), Fundesyram (El Salvador), Movimiento de Economía Social y Solidaria del Ecuador (Messe – Equador), Asociación de Productores Orgánicos (APRO – Paraguay).


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Estudantes de nutrição visitam produção de alimentos em agrofloresta e conhecem a experiência do Grupo Pé na Terra

Um grupo de alunos do curso de Nutrição da Universidade de Passo Fundo realizou um intercâmbio para conhecer a produção de alimentos em sistema agroflorestal e também a experiência do Grupo Pé na Terra. A atividade realizada no dia 29 de setembro, em Sananduva/RS, contou a participação de 27 pessoas e foi organizada pela equipe técnica do CETAP, juntamente com o Grupo Pé na Terra e a professora Cintia Gris, do curso de Nutrição da UPF.

O objetivo da atividade foi oportunizar uma vivência com relação a produção de alimentos agroecológicos em sistema agroflorestal, além de propor uma reflexão sobre a forma de cultivar alimentos, a organização da produção e a certificação orgânica. Também foi abordado o papel das abelhas na polinização e sua relação com a produção e a diversidade alimentar, o processamento dos alimentos e dinâmicas de comercialização.

Na parte da manhã foi realizada uma visita no Sítio Dossel, na comunidade de Lajeado Bonito, onde foi feita uma contextualização histórica sobre os modelos de produção agrícola e do sistema produtivo que a propriedade utiliza hoje. Na sequência, foi realizada uma visita no sistema agroflorestal, onde foram apresentadas as técnicas utilizadas para produção, bem como os manejos adotados. No sistema agroflorestal deste sítio são produzidos mais de 100 tipos de alimentos.

Ao meio dia, o almoço foi na Utopia Gastronomia Artesanal, onde parte da produção do Sítio Dossel e do Sítio Viva Flor é processada e servida aos clientes em pratos diversos. Na oportunidade, a chef de cozinha e sócia do estabelecimento falou da relação com os agricultores locais e como o cardápio do estabelecimento se adapta à produção disponível em cada estação.

O Grupo Pé na Terra é formado pelo Restaurante e Pub Utopia Gastronomia Artesanal e pelos sítios Dossel e Viva Flor. Esta parceria possibilita processar diversos alimentos produzidos nos sítios e também a realização de uma Feira Ecológica, todas as terças-feiras, no espaço do Utopia Gastronomia Artesanal.

No período da tarde, foi realizada uma conversa sobre a relação das abelhas, especialmente as abelhas nativas sem ferrão e a produção diversificada de alimentos orgânicos. Ainda foi realizado um momento final para esclarecer dúvidas sobre o processo de certificação orgânica através do Sistema Participativo de Garantia – SPG. Este intercâmbio integrou as ações do projeto “Consumidores e Agricultores em Rede”, desenvolvido pelo CETAP em parceria com a Misereor.


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