A equipe técnica do CETAP que atua no município de
Aratiba/RS participou de diversas ações em escolas da rede pública no mês de
maio. As atividades contaram com a participação de integrantes da Secretaria
Municipal da Agricultura e tiveram o objetivo de apresentar e dar detalhes
sobre os projetos “Produção e consumo de Alimentos Agroecológicos” e “Abelhas
sem Ferrão”, destacando a importância da existência e da criação de abelhas
para o equilíbrio do ecossistema e da existência humana. A intenção é implantar
as duas ações em todas as escolas do município.
Albert Einstein, físico teórico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, já dizia no início do século XX que “se as abelhas desaparecerem da face da Terra, a humanidade terá apenas mais quatro anos de existência. Sem abelhas não há polinização, não há reprodução da flora, sem flora não há animais, sem animais não haverá raça humana”.
O objetivo do projeto é utilizar as abelhas sem ferrão para conscientização ambiental de crianças, adolescentes e adultos e disseminar a criação artesanal de abelhas como alternativa de renda de agricultores familiares. Além dos assessores técnicos Emelson Bonamigo dos Santos e Eleandro Gonçalves, o Coordenador Executivo do CETAP, Edson Klein, participou de uma das atividades. Na oportunidade, Klein que é ex-aluno da Escola Estadual Dourado entregou uma caixa de abelhas para que os alunos aprendam a cuidar e maneja-las e, também, para que ocorra a polinização das plantas nos arredores da escola.
No dia 23 de maio aconteceu em Dois Lageados/RS o 1º Encontro Arquidiocesano de Sementes Crioulas, Biodiversidade e Alimentação Orgânica, promovido pela Cáritas Arquidiocesana de Passo Fundo, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Dois Lageados, Paróquia São Roque, NEA VT e Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari (AAVT). O CETAP foi convidado a organizar uma banca com produtos e materiais sobre o trabalho desenvolvido junto aos agricultores e consumidores urbanos.
Os participantes foram acolhidos com um café da manhã e após a abertura foram realizados três painéis temáticos: o que são sementes crioulas?; alimentação saudável; e manejo sustentável de solos e agrotóxicos. O cardápio do almoço foi a base de produtos orgânicos. Na parte da tarde, além de acompanhar apresentações culturais, os participantes puderam conhecer o trabalho desenvolvido por diferentes grupos através de diferentes bancas de materiais e produtos. Além dos debates, também aconteceu uma rica troca de sementes crioulas.
No dia 16 de maio de 2019, em Sananduva/RS, aconteceu a Reunião Ampliada do Fórum Dom Orlando Dotti – Fórum Permanente dos Movimentos Sociais Populares da Região Altos da Serra-RS, que reúne sindicatos, pastorais sociais, cooperativas, movimentos sociais, gestores públicos e ONGs, entre as quais, o CETAP.
O objetivo do encontro foi fazer uma análise da conjuntura mundial atual, observando de forma especial a ascensão do neofascismo no Brasil, buscando identificar e melhor compreender as consequências desse contexto para a formação das novas gerações e a construção de uma sociedade mais justa e solidária. Os debates contaram com a assessoria de Jorge A. Gimenez Peralta (do CEAP de Passo Fundo) e Dom Sílvio Guterres Dutra (Bispo da Diocese de Vacaria). Na oportunidade os participantes também participaram da elaboração das diretrizes gerais de ação e referendaram a coordenação e representantes do Fórum.
No dia 23 de abril de 2019 aconteceu o terceiro Encontro Regional sobre
Agrofloresta e Frutas Nativas, desta vez em Aratiba, na região do Alto Uruguai
do Rio Grande do Sul. Participaram agricultores agroecologistas das diferentes
regiões de atuação do CETAP, membros da equipe técnica do CETAP e integrantes
da Ecoterra – Associação Regional de Cooperação e Agroecologia.
O encontro iniciou com o debate sobre as possibilidades de financiamento
de ações de formação e pequenos projetos de produção pelos próprios
agricultores, através da formação de um fundo autogestionado. Para isso, foram
apontados critérios e definida uma sistemática para a solicitação e liberação
de recursos.
Dando continuidade a troca de experiências entre os agricultores ecologistas, aconteceu também uma visita na agrofloresta do agricultor Paulo Lunkes, onde os participantes debateram sobre o manejo de frutas cítricas no contexto da agroflorestal. No segundo semestre de 2019 deve acontecer o próximo encontro regional, na região de Sananduva.
Nos dias 3 e 4 de abril estiveram reunidos em Passo Fundo os representantes das organizações que integram o Projeto Ecoforte. O projeto iniciou no ano de 2015, tendo como principal objetivo fortalecer os núcleos da Rede Ecovida de Agroecologia do Rio Grande do Sul, na perspectiva de dinamizar as iniciativas de produção, processamento e comercialização de produtos da sociobiodiversidade. A segunda fase, que inicia neste ano, aborda com mais ênfase o fortalecimento das redes e dinâmicas de comercialização, articulando e estruturando a logística e ampliando o diálogo e parcerias com setores urbanos da sociedade.
O projeto
conta com o apoio financeiro da Fundação Banco do Brasil (FBB) e do BNDEs e
envolve um grande número de organizações, tendo o CETAP como entidade
responsável pela coordenação, gestão financeira e interlocução com a FBB.
Após a retomada dos desafios apontados no projeto anterior, finalizado em 2017, foram apresentadas as perspectivas do novo projeto. “No momento o maior limite no campo agroecológico não é técnico produtivo, mas sim de construir e operacionalizar logísticas de processamento e distribuição de alimentos de forma integrada entre diversos atores, sejam rurais ou urbanos”, destacou um dos presentes no evento.
Entre os desafios estão a implementação, estruturação e articulação de entrepostos regionais de distribuição de produtos da sociobiodiversidade. As ações de abastecimento realizadas na implantação da Rede evidenciaram a necessidade de qualificar a logística, para atender a demanda e reduzir os custos de distribuição. Neste sentido, a proposta é criar cinco pontos de apoio, um em cada região, contribuindo no estoque e distribuição de produtos das unidades de processamento. Outro desafio é ampliar o diálogo e parcerias com setores urbanos da sociedade. A experiência vem demonstrando que recriar um sistema agroalimentar de base ecológica não é tarefa exclusiva das famílias do meio rural, sendo necessária também a participação de diferentes setores da sociedade.
Na
oportunidade também aconteceu o ato de formalização do convênio, que contou com
a participação do Gerente Geral da Agência Empresa Passo Fundo, Reovaldo
Antonio Terlan, que assinou o contrato em nome da Fundação Banco do Brasil. Reovaldo
destacou a importância das ações do projeto, reforçando que a equipe
responsável pelas análises de propostas enviadas para a Fundação Banco do
Brasil é bastante criteriosa e em virtude do grande número de projetos
recebidos, são poucos os aprovados em todas as fases de qualificação.
Estão envolvidos diretamente no projeto um total de nove grupos de agricultores e agricultoras informais, uma associação formal de agricultores agroecologistas, oito cooperativas de agricultores agroecologistas (que reúnem 269 famílias agricultoras certificadas e registradas no MAPA como produtoras de alimentos orgânicos), duas cooperativas de consumidores, dois grupos informais de consumidores, duas organizações de mulheres trabalhadoras rurais, um empreendimento de economia solidária, uma cooperativa de trabalho em processamento de frutas nativas, seis entidades de assessoria em agroecologia (ONG’s), cinco sindicatos de trabalhadores rurais, quatro instituições de ensino e pesquisa e a Embrapa Clima Temperado. Todos estes atores estão distribuídos nos Núcleos Litoral Solidário, Serra, Planalto, Alto Uruguai, Missões, Sul e Vale do Rio Pardo, vinculados à Rede Ecovida de Agroecologia ou parceiros da mesma.
No dia dois
de abril o grupo de sócios do Cetap esteve reunido em assembleia para avaliação
das atividades desenvolvidas, prestação de contas do ano de 2018, planejamento
de ações para o próximo período e aprovação da previsão orçamentária para 2019.
A atividade aconteceu na sede da entidade, em Passo Fundo/RS.
A assembleia iniciou com uma análise de conjuntura do momento atual, fazendo uma breve retomada histórica dos diferentes contextos que influenciaram a produção agroecológica no Brasil. Entre os possíveis caminhos apontados como perspectiva estão a constatação de que a agricultura ecológica ganha cada vez mais espaço e apoio da população; a produção sustentável associada ao consumo mais consciente está transformando realidades; o contexto atual pode fortalecer os laços e atuação conjunta com outras organizações, abrindo novas oportunidades de parcerias e redes.
Os associados presentes reafirmaram que a missão do Cetap é o desenvolvimento da agroecologia. A meta é avançar gradualmente até alcançar sistemas agroecológicos de produção em toda a unidade produtiva. Também foi reforçada a necessidade de continuar investindo na produção ecológica, como forma de ser o elo de aproximação com urbanos, integrando produção e consumo, atuando no desenvolvimento e acompanhamento das dinâmicas de comercialização de alimentos saudáveis.
Após a apresentação dos dados financeiros, foram aprovadas a prestação de contas e a previsão orçamentária. Em seguida foi pautada a demissão e admissão de novos sócios, sendo aprovado o ingresso de dois novos associados. Também ficou acordado que a coordenação executiva, técnica e financeira do Cetap realizará encontros regionalizados com os associados e público de atuação durante o ano de 2019. Foi organizada, em conjunto com os associados, uma proposta de cronograma de reuniões e encontros de discussão sobre agroecologia, institucionalidade e integração do trabalho entre associados e equipe técnica do Cetap.
O Centro de
Referência de Assistência Social – CRAS, ligado à Secretaria de Assistência
Social do município de Cruzaltense/RS, promoveu no dia 25 de março um curso de customização
de chinelos em parceria com o Centro de Tecnologias Alternativas Populares – Cetap.
Após conversarem sobre a valorização de peças do vestuário e de decoração que
são customizadas e passam a ser exclusivas, agregando valor ao serem decoradas
com fitas, pérolas, pedras e outros acessórios, o grupo de 10 mulheres do município
iniciou a oficina que ensinou como produzir suas próprias peças customizadas.
A oficina foi coordenada pela equipe do Cetap que atua no município. Andressa Martins e o estagiário Elinton Wojeiechowski conduziram a atividade, estimulando as mulheres a criarem sua própria moda. A partir de poucos materiais, agulha e fio de nylon, elas aprenderam técnicas básicas para deixar chinelos mais bonitos e fazer aflorar o seu lado artesã. O Cetap é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, criada por lideranças de organizações sociais e profissionais ligados às temáticas da produção de alimentos e da vida no meio rural. Essa atividade, em parceria com o CRAS, busca valorizar e capacitar as mulheres na geração de renda para as famílias.
O terceiro módulo do Curso de Formação sobre Consumo Consciente e Responsável e Agroecologia
foi realizado em Passo Fundo/RS, nos dias 23 e 24 de março de 2019. O objetivo é
difundir conhecimentos sobre agroecologia, segurança alimentar e nutricional e
consumo responsável, para que o público
consumidor possa atuar como sensibilizador no seus ambientes de convívio
e também auxiliar os grupos de agricultores na construção de um sistema de
produção sustentável, limpo e justo. Este processo formativo também incentiva os
cursistas a atuarem no fortalecimento de grupos locais de consumidores e
agricultores agroecológicos.
Aproximadamente 60 cursistas dos estados do
Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul participaram desta etapa. Através da
apresentação de diferentes experiências locais e regionais, foi abordada a
temática do abastecimento e comercialização de alimentos ecológicos, buscando
ressaltar a importância do público consumidor na consolidação de um ambiente
alimentar mais adequado, saudável e sustentável. O grupo também fez uma visita
na Feira Ecológica de Passo Fundo, onde teve a oportunidade de conversar com os
feirantes e a coordenação da Coonalter, cooperativa responsável pela
organização das cinco feiras ecológicas na cidade.
Entre os espaços e estratégias de comercialização
de alimentos orgânicos e agroecológicos foram destacadas as feiras ecológicas,
a comercialização através de sacolas e cestas de alimentos, com entrega à
domicílio ou retirada em locais determinados, o Circuito de Comercialização da
Rede Ecovida e a Cadeia de Frutas Nativas do Rio Grande do Sul. Também foi
apresentado um novo modelo de comercialização que está sendo construído por uma
cooperativa urbana em Porto Alegre/RS e iniciativas de restaurantes como a Utopia, de
Sananduva/RS, que monta seu cardápio a partir da disponibilidade semanal de
alimentos de agricultores ecologistas locais, apresentando uma nova lógica de
oferta e demanda quem tem impacto direto nos custos operacionais do
empreendimento. Finalizando o painel, também foram debatidos os programas governamentais
e políticas públicas que tratam da comercialização e aquisição de alimentos
orgânicos.
Aprofundando o debate sobre o consumidor também
como protagonista no desenvolvimento da agroecologia, foram relatadas algumas
experiências de grupos organizados no espaço urbano, como o Coletivo Boia
Bacana, de Passo Fundo/RS, formado em sua grande maioria por jovens, muitos deles
universitários; o Grupo Artemisia, de Lages/SC, formado prioritariamente por
mulheres; e a Célula de Consumo Responsável, de Florianópolis/SC, que através
de uma articulação com a Universidade Federal de Santa Catarina, está
construindo uma tecnologia social para fortalecer a comercialização de
alimentos ecológicos. Outro ponto que fez parte das discussões foi o papel dos
consumidores no fortalecimento da Rede Ecovida de Agroecologia, com destaque para
a organização de grupos de consumidores e sua integração nos núcleos da rede.
Este curso é uma das principais ações do Projeto Consumidorxs e Agricultorxs em Rede, que busca contribuir para a mudança nos hábitos de produção e consumo, garantindo a segurança e soberania alimentar e nutricional da população, visando a promoção da agroecologia. O projeto é financiado pela Misereor, obra episcopal da Igreja Católica da Alemanha para cooperação ao desenvolvimento, sendo executado em conjunto por quatro entidades que atuam na região sul do Brasil: Cetap (Centro de Tecnologias Alternativas Populares), no Rio Grande do Sul, AS-PTA (Assessoria em Serviços e Projetos em Agricultura Alternativa, Agricultura Familiar e Agroecologia), no Paraná e Cepagro (Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo) e Vianei (Associação Vianei de Cooperação e Intercâmbio no Trabalho, Educação, Cultura e Saúde) em Santa Catarina. Cada módulo do curso acontece no território de abrangência de uma destas entidades, sendo que esta etapa esteve sob a coordenação do Cetap. O quarto e último módulo do curso acontece no segundo semestre deste ano, na cidade de Florianópolis/SC.
No sábado,
dia 16 de março, aconteceu um intercâmbio entre consumidores urbanos e
agricultores que produzem alimentos orgânicos que são comercializados na Feira
Ecológica de Passo Fundo. Organizada em parceria pelo Cetap e a Coonalter (Cooperativa
Mista e de Trabalho Alternativo) a atividade integra o Projeto de Intercâmbios
que tem por objetivo promover o consumo consciente e responsável, aproximando e
integrando produtores rurais e consumidores urbanos.
O grupo de
aproximadamente 30 pessoas se reuniu em torno das 13 horas num dos locais onde
acontece a Feira Ecológica todos os sábados, próximo ao Colégio Fagundes dos
Reis, em Passo Fundo/RS e partiu de ônibus para o município de São Domingos do
Sul/RS. A visita foi na propriedade da família Ferro, que integra o Grupo Sagra
Italiana.
Os consumidores
foram recepcionados pela agricultora e presidente da Coonalter, Maristela Ferro,
que conduziu a visita pela propriedade, falando sobre a diversidade da
produção, a sazonalidade dos produtos, bem como o processo de manejo dos
cultivos e preparo dos alimentos para a feira. Toda a produção da família é
comercializada nas feiras que acontecem em Passo Fundo.
Após caminhar pela propriedade, os visitantes puderam saborear um diversificado lanche, a base de produtos orgânicos produzidos na região. Entre as considerações feitas pelos consumidores durante a atividade, foi destacada a relação entre o consumo de alimentos e a saúde das pessoas, bem como a importância de valorizar o trabalho dos agricultores e organizações que atuam na produção ecológica. Ainda no primeiro semestre de 2019 serão realizados outros intercâmbios em diferentes propriedades rurais.
No dia 9 de
março o Grupo de Consumidores de Lagoa Vermelha realizou uma visita na
propriedade da família da agricultora ecologista Neura Grando, na Comunidade
Rincão São Francisco, no município de Lagoa Vermelha/RS. Além da produção de
alimentos orgânicos, a família também possui uma agroindústria na propriedade,
trabalhando com o fracionamento de legumes, produção de picadinhos, seleta de
legumes, kit sopa, doces de frutas, entre outros.
Ao longo da
visita nos diferentes espaços da propriedade, os consumidores puderem conhecer como
é produzido o alimento que consomem no dia a dia, além de aprender mais sobre
as diferenças entre alimentos orgânicos e convencionais. A agricultora
comercializa sua produção em mercados locais, na Feira do Produtor e
diretamente para os consumidores finais, através da entrega à domicílio. Esta
última forma de comercialização é articulada através de aplicativos de comunicação
e tem no Grupo de Consumidores seu público principal.
O Grupo de
Consumidores de Lagoa Vermelha conta com o apoio do Cetap desde sua organização,
sendo aberto a quem desejar participar. As encomendas de alimentos orgânicos
não tem número mínimo para o pedido e as entregas são realizadas semanalmente, diretamente
na casa dos consumidores. Para participar do grupo basta solicitar para algum
integrante, falar diretamente com a família da Neura ou entrar em contato com o
Cetap.
O encontro na tarde de sábado, além de ser um momento de lazer para os consumidores urbanos, também contribuiu para fortalecer o relacionamento e a confiança entre consumidores e produtores, bem como para conversar com a família sobre a organização do trabalho, as motivações e as dificuldades cotidianas. Para finalizar, os visitantes degustaram um saboroso café da tarde.