Author Archives: mda

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Por que é importante falar sobre gênero

A questão de gênero perpassa todos os territórios e para que esta mudança cultural aconteça é necessário um esforço coletivo. A rede de organizações ambientais Terra do Futuro (Framtidsjorden) preparou uma campanha para divulgar no dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Veja abaixo os posts.


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Espécies-chave da Mata Atlântica enriquecem o alimento símbolo do verão

O ponto de partida foram as agroflorestas, onde há mais de 30 anos alguns jovens agricultores e agricultoras assessorados pelo Centro Ecológico, acreditaram que era possível produzir banana recuperando a Mata Atlântica. De lá para cá, além da banana, outros produtos, como o açaí de juçara (Euterpe edulis) e mais recentemente o butiá (Butia catarinensis), passaram a ser valorizados como ingredientes de receitas triviais e especiais. No rol das especiais, está o sorvete, nas versões picolé e cremoso.

Desenvolvido pelo Encontro de Sabores, de Passo Fundo, o picolé de açaí juçara é o único dos sete sabores da linha de frutas nativas que inclui banana na receita. “Ele fica mais doce e tem essa consistência mais cremosa”, explica a coordenadora Lídia da Rocha Figueiró. No ano passado, o empreendimento comprou 150 quilos de polpa, processados pela Agroindústria Ecológica Morro Azul, de Três Cachoeiras/RS, com frutas produzidas por 20 famílias da região.

Já o sorvete cremoso com a polpa de butiá, nasceu do interesse de uma sorveteria pelo açaí de juçara. “Eles conheceram o açaí na Ecotorres (cooperativa de consumidores). As funcionárias falaram das outras polpas que eram produzidas aqui”, conta Marta Bergamo, do Sítio São José, de Torres.

Conforme a produtora, a cremosidade, o aroma, o sabor do sorvete, têm relação com o clima, a saúde da planta e a seleção das frutas. Outra questão destacada pela produtora é a relação com o mercado local, onde é possível acompanhar e ter um retorno da experiência do consumidor. Para Marta, este envolvimento com o produto do butiá, que tem toda uma história, pode contribuir para criar uma relação mais amorosa com a natureza, “o que é muito importante atualmente”.

Fonte: Centro Ecológico/RS


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Agricultura Urbana e Periurbana caminhos para estimular novas atitudes e transformar realidades

Utilizar espaços ociosos em áreas urbanas para produção de alimentos agroecológicos, este é o principal objetivo do projeto “Agricultura Urbana e Periurbana, caminhos para estimular novas atitudes e transformar realidades”, executado pelo CETAP, com o apoio do Fundo Nacional de Solidariedade.

A proposta foi apresentada em 2019 e as atividades iniciadas no ano de 2020. A Pandemia do Coronavírus (COVID-19), porém, exigiu algumas adaptações e reorganização do cronograma, forçando o adiamento ou o cancelamento de atividades que pudessem colocar em risco os envolvidos. Após os ajustes necessários, as ações foram realizadas com segurança, em quatro locais do Município de Passo Fundo/RS: Escola Municipal de Educação Infantil Toquinho de Gente, Escola Municipal de Educação Infantil Padre Alcides, Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas (CAPS AD) e Estratégia de Saúde da Família (ESF) Vila Mattos.

Mesmo com as dificuldades impostas pelo contexto, foi possível atingir importantes resultados: transformação de espaços ociosos e produção de alimentos para autoconsumo nos quatro locais; utilização de hortas urbanas e periurbanas para contribuir no processo educativo e terapêutico dos beneficiários; distribuição dos alimentos produzidos para famílias de crianças vinculadas às escolas atendidas (foram entregues 140 cestas, somando mais de 700kg de alimentos agroecológicos); apoio aos agricultores agroecologistas por meio de compra de alimentos para distribuição; uso de plantas medicinais como alternativa de cuidado; compra de composteiras para distribuição e incentivo à compostagem doméstica; e elaboração de um vídeo para divulgar a iniciativa.

Diante desses resultados positivos, esperamos estimular entidades, gestores públicos e a população sobre a importância da produção de alimentos para fortalecer a segurança alimentar das famílias urbanas. Também demonstrar que esta experiência foi um instrumento para apoio ao processo educacional de crianças e como espaços terapêuticos para usuários da saúde.

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Projeto de cooperação internacional inicia construção de indicadores da Agroecologia na América Latina

A aceleração da crise climática global ameaça cada vez mais a segurança alimentar e nutricional das populações do campo e da cidade. Nesse contexto, a Agroecologia ganha importância por combinar produção de alimentos saudáveis com a conservação dos recursos naturais e a justiça social. Embora já esteja comprovado que os sistemas agroecológicos são mais resilientes às mudanças climáticas, há ainda uma carência de indicadores que relacionem o seu potencial econômico, social e ambiental.

Foi buscando preencher esta lacuna que um conjunto de organizações latinoamericanas deram início ao projeto “Agroecologia na América Latina: construindo caminhos”, uma iniciativa piloto regional que tem como estratégia coletar e sistematizar evidências científicas para o desenvolvimento de Indicadores da Agroecologia, com o objetivo de contribuir com a transição agroecológica e subsidiar a construção de políticas públicas que promovam o avanço da Agroecologia.

O projeto é desenvolvido através de cooperação internacional entre o Cepagro, a Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) – através da professora e pesquisadora canadense Hannah Wittman – e seis organizações que promovem a Agroecologia na América Latina: Centro Campesino, A.C. e Tijtoca Nemiliztli, A.C. (México), Fundesyram (El Salvador), Movimiento de Economía Social y Solidaria del Ecuador – meSSe (Equador), APRO (Paraguay), Movimento Mecenas da Vida – MMV (Bahia) e Centro de Tecnologias Alternativas Populares – CETAP (Rio Grande do Sul). O projeto tem o apoio da Fundação Interamericana (IAF).

María Farinango, agricultora na Comunidade San Vicente, província de Imbabura, Equador

O projeto tem o formato de uma pesquisa-ação, onde a coleta de dados será realizada de forma participativa com famílias agricultoras e organizações de apoio. Esta coleta será facilitada pelo LiteFarm, uma ferramenta digital de gestão agrícola desenvolvida por uma equipe de cientistas, agricultores-colaboradores, designers, desenvolvedores e estudantes da UBC. Além de dinamizar a coleta de dados das propriedades agroecológicas, o aplicativo visa auxiliar famílias agricultoras no acompanhamento e gestão de suas áreas produtivas. Como se trata de um projeto piloto, a efetividade desta ferramenta ainda está sendo testada e aprimorada.

Construção coletiva e pedagógica

Cada uma das organizações está trabalhando em parceria com pelo menos 15 famílias que possuem mais de três anos de experiência em produção agroecológica. Neste primeiro trimestre, em meio às dificuldades enfrentadas pela pandemia, as organizações iniciaram o diálogo com as famílias participantes para explicar melhor sobre o projeto, seus objetivos e benefícios.

Encontro entre agricultores da Rede Povos da Mata e técnicos do Movimento Mecenas da Vida

No Sul da Bahia, região nordeste do Brasil, o Movimento Mecenas da Vida irá trabalhar com famílias vinculadas à Rede de Agroecologia Povos da Mata. Entre as 15 unidades produtivas selecionadas há produção de frutíferas, folhosas, temperos e raízes, mas predominam as famílias que cultivam o cacau, principal cultura agrícola da região. Segundo Luiz Fernando Vieira Pozza, da diretoria do MMV, com esse projeto a instituição almeja “o fortalecimento das práticas sustentáveis e agroecológicas exercidas pelos agricultores da rede Povos da Mata. As trocas, aprendizagens e a cooperação fraterna com as instituições parceiras também são almejadas pelo MMV”, afirma.

Equipe do CETAP em visita aos agricultores ecologistas Idir e Oscar Cecatto, em São João da Urtiga, no Rio Grande do Sul, Brasil

Já no sul do Brasil, a iniciativa envolverá famílias agricultoras da Rede Ecovida de Agroecologia. Giovani Gonçalves, Coordenador Técnico do Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP) espera que o projeto e o uso da ferramenta LiteFarm possam fornecer informações relevantes para fortalecer a transição agroecológica e subsidiar ações da organização nesse sentido, bem como “auxiliar as famílias na geração de dados que sirvam para os processos de certificação participativa”.

Nesses primeiros meses, os(as) extensionistas das organizações estiveram centrados em se familiarizar com a ferramenta LiteFarm, através de capacitações virtuais realizadas com desenvolvedores da UBC. Nestas capacitações as organizações contribuíram com sugestões para o aprimoramento da ferramenta, para que ela seja acessível aos agricultores/as e compatível com diferentes sistemas agroecológicos. Um desafio que se apresentou até o momento foi o acesso limitado à internet nas comunidades rurais, o que dificulta o uso do aplicativo à campo e exige metodologias adaptadas para a coleta de dados.

Equipe do meSSe em visita às famílias participantes do projeto na Serra norte do Equador

Rosa Murillo, agricultora e dinamizadora do Movimento de Economia Social e Solidária do Equador (meSSe), acredita que o projeto piloto, ao capacitar a equipe de dinamizadores do meSSe para o uso da ferramenta e para a análise da informação sob critérios técnicos econômicos, ambientais e sociais, “permitirá a médio e longo prazo fazer incidência interna e externa para o fortalecimento da agricultura familiar camponesa agroecológica, apoiando com mais precisão as atividades onde as famílias têm mais fragilidades”.

“Internamente o movimento pode fazer uso desta expertise para difundir o trabalho das famílias e as práticas desenvolvidas em suas propriedades a fim de ampliar seu raio de ação para novas famílias a nível territorial”. “A nível externo, permitirá incidir nas políticas públicas locais para conseguir o apoio do Estado às dinâmicas territoriais baseadas numa produção sustentável, estas podem conseguir uma assistência técnica à produção agroecológica, transformação de produtos, acesso a mercado, entre outros”, complementa Rosa.

Histórico de atuação em rede

As organizações latinoamericanas envolvidas neste projeto piloto já vinham atuando em uma rede de colaboração formada em torno da agroecologia desde 2016, através do projeto Saberes na Prática em Rede, coordenado pelo Cepagro com o apoio da Fundação Interamericana (IAF). As experiências e aprendizados vivenciados coletivamente em encontros presenciais e virtuais ao longo desses anos, despertaram não apenas a necessidade de seguir promovendo a agroecologia, mas também de medir os avanços que ela vem proporcionando em suas múltiplas dimensões.

Visualizando essa necessidade, as organizações identificaram conjuntamente uma série de indicadores relevantes nos âmbitos social, econômico e ambiental. Para citar alguns, estão o acesso à terra, água e sementes agroecológicas, a participação em agroindústrias e cooperativas, canais de comercialização, autoconsumo e dependência de insumos externos, por exemplo. Nesta primeira fase do projeto, serão então definidos entre 3 a 5 indicadores por eixo – social, econômico e ambiental – de forma participativa.

Para Erika Sagae, Vice-Presidenta do Cepagro e coordenadora do Projeto Agroecologia na América Latina: construindo caminhos, “a utilização do aplicativo, somada a construção de indicadores a partir da parceria com a UBC vai trazer elementos importantes, tanto para a efetivação de políticas públicas em Agroecologia a partir de dados que a gente possa estar apresentando para os governos locais, como também para essa troca de conhecimentos entre os países.”

Reunião com técnicos do Centro Campesino e Rede Tijtoca para discutir o andamento do projeto no México

Além de estreitar as relações entre os países e organizações latinoamericanas no campo da Agroecologia, o projeto fortalece também o trabalho de agricultores e agricultoras ecológicos. Para Victor Hugo Morales Hernandez, do Centro Campesino A.C. em Tlaxcala, no México, os agricultores(as) familiares serão beneficiados pois “terão disponíveis informações e dados que lhes permitam defender o seu trabalho para conseguir posicionar os seus produtos no mercado, sensibilizando a sociedade para reconhecer que não é justo que concorram com os modelos de agricultura moderna nem com os custos de comercialização”. Aponta ainda que “é um grande avanço para as organizações e produtores agroecologistas contar com ferramentas  que permitam compartilhar os resultados em diferentes contextos e assim apoiar a consolidação de movimentos e políticas”.

Portanto, com esta iniciativa piloto, espera-se melhorar o intercâmbio de experiências e conhecimentos sobre práticas agroecológicas locais, fortalecendo a Agroecologia na base e ao mesmo tempo vislumbrar um horizonte onde ela seja política e socialmente assumida como uma abordagem para o enfrentamento às crises emergentes.


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Eu digo não à violência contra às mulheres. E você?

Mudar nossas Ações para promoção de uma mudança cultural – este é o slogan da campanha promovida pela Framtidsjorden – Terra do Futuro, em conjunto com organizações parceiras de diferentes locais do mundo. O CETAP, como integrante da Rede Terra do Futuro, também envolveu-se na campanha que busca chamar a atenção para este tema, especialmente neste 25 de novembro – Dia da não violência contra as mulheres.

Confira abaixo alguns dos materiais produzidos:


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Agroecologia nas eleições

ANA apresenta propostas de políticas de apoio à agricultura familiar e à agroecologia e de promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional para as eleições municipais

Uma rede de entidades, coordenadas pela Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), lançou a campanha ‘Agroecologia nas Eleições’. Um esforço coletivo em todo o país para mapear políticas e programas municipais que apoiam a agroecologia e a agricultura familiar. O objetivo é promover o debate público durante o processo eleitoral e subsidiar a ação dos poderes executivo e legislativo dos municípios, além de evidenciar a importância da participação da sociedade civil na elaboração e execução de políticas públicas efetivas.

Essa ação é fruto de uma pesquisa inédita chamada “Municípios Agroecológicos e Políticas de Futuro” que mapeou mais de 700 políticas e programas municipais que apoiam a agroecologia e a agricultura familiar, promovem a segurança alimentar e nutricional no campo e na cidade. As iniciativas identificadas evidenciam uma grande diversidade de possibilidades para a intervenção pública a partir do poder executivo municipal. Mostram também que muito pode ser feito pelas Câmaras de Vereadores/as. Boas ideias já colocadas em prática em todo o país não faltam.

Entre os resultados da campanha está um documento com 36 propostas, organizadas em 13 campos temáticos, para a criação de políticas públicas de apoio à agricultura familiar e à agroecologia, a ser entregue a candidaturas de cidades pelo Brasil.

Outras informações e materiais disponíveis também no site da Articulação Nacional de Agroecologia – clique aqui


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16 de outubro é o Dia Mundial da Alimentação

A data de 16 de outubro marca a comemoração do Dia Mundial da Alimentação e queremos aproveitar para lembrar que uma alimentação adequada e saudável é um Direito Humano básico, que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais das pessoas. O CETAP, ao longo dos seus 34 anos de história, busca promover este direito através do fortalecimento da agricultura familiar sustentável, tendo como base os princípios da agroecologia.

Nesta oportunidade, queremos convidar você para refletir sobre alguns aspectos importantes da nossa alimentação:

1. O que você sabe sobre a sua comida?

Esse questionamento, base da Campanha permanente de Promoção ao Consumo Consciente e Responsável, promovida pelo CETAP, nos convida a refletir sobre o conhecimento que possuíamos sobre a origem, a história, as relações, o conteúdo nutricional e os rastros deixados pelo alimento que chega no nosso prato.

Uma alimentação adequada e saudável deriva de ambiente socialmente e ambientalmente sustentável e nossas práticas alimentares podem e devem contemplar questionamentos em relação a nossa comida.

Questionar-se sobre a maneira como o alimento foi produzido, se é um alimento orgânico e proveniente de um comércio justo, contribui para tornarmos nosso consumo alimentar diário uma prática de consumo consciente e responsável.

2. Qual é a relação da sua comida com a cultura local? 

Consumir alimentos regionais e da época também é uma forma de fortalecer sistemas agroalimentares mais saudáveis e sustentáveis. Reflita: quais alimentos da sua região você inclui em suas práticas alimentares? Pinhão? Butiá? Batata-doce? Abóbora? Mandioca? Hortaliças? Frutas?

E ainda, quais receitas ou preparações que você costumava comer na infância e que hoje estão presentes na sua mesa, trazendo boas lembranças e recordações? Conectar-se com a cultura local e com a sua própria cultura, além de nutrição, traz experiências sensoriais inimagináveis e transforma o ato de comer em um divertido passeio por cores, texturas e sabores! Experimente!

Alimentação diz respeito à ingestão de nutrientes, mas também aos alimentos que contêm e fornecem os nutrientes, a como alimentos são combinados entre si e preparados, a características do modo de comer e às dimensões culturais e sociais das práticas alimentares. Todos esses aspectos influenciam a saúde e o bem-estar (Guia alimentar para a população brasileira, Ministério da Saúde, Brasil, 2014).

3. Como você come?

Comer com regularidade e atenção também é essencial para práticas alimentares mais saudáveis! Não deixe que a correria do dia-a-dia tire o tempo e o espaço que você deve dedicar à sua alimentação. Comer em companhia de outras pessoas e em ambientes adequados, sem a presenças de televisores ligados ou celulares sobre a mesa, também é uma forma de se conectar com o alimento e com o ambiente social que nos cerca.

Seres humanos são seres sociais e o hábito de comer em companhia está impregnado em nossa história, assim como a divisão da responsabilidade por encontrar ou adquirir, preparar e cozinhar alimentos. Compartilhar o comer e as atividades envolvidas neste ato é um modo simples e profundo de criar e desenvolver relações entre pessoas. Dessa forma, comer é parte natural da vida social (Guia alimentar para a população brasileira, Ministério da Saúde, Brasil, 2014).


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Alimentos Agroecológicos: aproximando pessoas e mudando atitudes

O Centro de Tecnologias Alternativas Populares está lançando, neste mês de setembro, uma revista que aborda a temática do abastecimento alimentar a partir da produção e da comercialização de alimentos agroecológicos, regulamentados no Brasil pela Lei 10.831, de 2003. O objetivo é compartilhar a caminhada realizada pelas famílias agricultoras nas regiões de atuação do CETAP, destacando as principais conquistas e alguns aprendizados.

Os pioneiros da produção de alimentos agroecológicos foram famílias agricultoras que, além de cultivar a terra, se desafiaram a buscar novos espaços de comercialização, que acontece, na maioria das vezes, de forma direta, resultando num processo muito rico de integração entre produtores e consumidores. Isso estimula novos diálogos, equilibra interesses e estabelece parcerias entre quem produz, quem oferta e aqueles que procuram alimentos mais saudáveis, provenientes de dinâmicas mais sustentáveis.

Este processo, no entanto, também é muito desafiador. Como conquistar novos adeptos a esta proposta? Que estratégias utilizar para ampliar as vendas e identificar novas demandas, sem contar com uma grande estrutura de comunicação? Como consolidar esta relação de confiança e manter constante diálogo entre produtores e consumidores? A caminhada realizada, relatada na revista, apresenta algumas sugestões para essas e tantas outras questões que fazem parte da importante missão de produzir alimentos sustentáveis, contribuindo para o reequilíbrio ambiental dos agroecossistemas e suas funcionalidades ecológicas, de forma que sejam acessíveis por meio de dinâmicas de intercooperação entre os diferentes atores, impulsionando o desenvolvimento local com base nos princípios da economia solidária.

Além da revista impressa, serão disponibilizadas no site do CETAP versões digitais em língua portuguesa, espanhola e inglesa. Clique no link abaixo para ver a revista e boa leitura!

Leia a versão digital da revista em língua portuguesa.

Leia a versão digital em língua espanhola

Leia a versão digital em língua
inglesa


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Marca de Passo Fundo cria bolacha de pinhão

Iniciativa visa valorizar os insumos nativos do Rio Grande do Sul

Explorar a força das frutas e sementes nativas no Rio Grande do Sul em diferentes receitas é o que inspira o empreendimento Encontro de Sabores, de Passo Fundo. Criado em 2014, o projeto, baseado nos princípios de agroecologia e economia solidária, desenvolve uma bolacha feita a partir de uma iguaria típica gaúcha: o pinhão. Além dela, há sucos, picolés, sorvetes e salgados que levam os insumos encontrados na Mata Araucária do Estado.

São cerca de 15 a 20 quilos de bolachas de pinhão produzidos por dia. A receita foi desenvolvida após um curso de capacitação oferecido pelo Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap). “Fazíamos só para as reuniões e o pessoal foi gostando. Criamos o rótulo e depois desenvolvemos a embalagem, que antes era de 500g e, agora, é de 200g. É para pegar e sair comendo”, diz a coordenadora do empreendimento, Lídia da Rocha Figueiró.

EMBALAGEM DA BOLACHA DE PINHÃO

Butiá, guabiroba, araçá, uvaia, juçara (fruta parecida com o açaí), jabuticaba e goiaba, além do pinhão, são os sabores que dão vida aos produtos. Segundo Lídia, são cerca de 150 famílias que fornecem as frutas e sementes. Algumas seguem os preceitos da produção agroecológica e outras usam do extrativismo. “Ou seja, colhem quando dá o fruto, mas não se envolvem com nenhum tipo de plantio”, explica.

O projeto tem assessoramento técnico do Cetap, organização da sociedade civil que trabalha com apoio de entidades de cooperação e de órgãos públicos municipais, estaduais e federais. “Os técnicos do Cetap acompanham o desenvolvimento das árvores para ver se a safra vai ser boa”, conta Lídia. Durante a pandemia, a parceria contribuiu para o seguimento do projeto, já que o centro está desenvolvendo campanhas de alimentação em que a Encontro de Sabores fornece seus produtos.

Outra iguaria que faz sucesso são os picolés de frutas, produzidos em parceria com uma sorveteria de Vacaria, e os salgados, como o croquete de pinhão com ou sem carne, o pastel de frango com butiá e o de pinhão. “É uma cadeia solidária das frutas nativas”, afirma Lídia.

Em Porto Alegre, o principal ponto de venda dos produtos da Encontro de Sabores é a Cooperativa GiraSol (Avenida Venâncio Aires, nº 757). Lídia afirma que os principais fornecedores são aqueles ligados às causas agroecológicas. “Aqueles que acreditam em um alimento mais justo e mais limpo”, pontua.

Por: Vitorya Paulo – repórter do GeraçãoE
Matéria publicada no Jornal do Comércio
(11/08/2020)


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Cooperativas promovem Campanha #VemCooperar em comemoração ao Dia Internacional do Cooperativismo

No Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado em 4 de julho, as cooperativas Cresol, Sicredi, Coopvida, Coohasa, Creral, Casa e Majestade, de Sananduva/RS, se uniram para realizar a campanha #VemCooperar. Com o apoio do CETAP – Centro de Tecnologias Alternativas Populares, a ação foi destinada a arrecadar alimentos em prol das famílias em maior vulnerabilidade social do município. Essa é a primeira ação em conjuntos das cooperativas com o auxílio dos associados e da comunidade sananduvense em prol das entidades e pessoas necessitadas.

Durante a campanha, que aconteceu dos dias 20 de junho a 4 de julho, as cooperativas serviram como pontos de coleta, onde a comunidade sananduvense realizou as suas doações. O ato de generosidade da comunidade garantiu a arrecadação de mais de uma tonelada de alimentos, além de agasalhos e cobertores, que foram destinados a APAE, CRAS, Hospital Beneficente São João e Bombeiros Voluntários de Sananduva. A essência de uma cooperativa é a ação conjunta, a união de esforços em prol de um mesmo objetivo, ou melhor dizendo, a cooperação.

Em Passo Fundo/RS, a mobilização aconteceu durante todo o mês de julho. A comunidade local foi convidada a cooperar e agir para atender uma necessidade básica de famílias em vulnerabilidade social. A ação foi promovida em conjunto por cooperativas como Cresol, Sicredi, Coopafs, Cecafes e outras entidades que se somaram nesta iniciativa, entre elas o CETAP.

A campanha #VemCooperarPassoFundo faz parte das ações ligadas ao Dia Internacional do Cooperativismo, cujo tema em 2020 é Cooperativas para Ação Climática, e ao Dia de Cooperar, que teve a temática Atitudes simples movem o mundo. O objetivo foi a arrecadação de recursos financeiros para compra de alimentos para doação à entidades socioassistenciais de Passo Fundo, com atuação junto ao público em vulnerabilidade social. A comunidade local participou doando valores em dinheiro e comprando cestas de alimentos das Cooperativas Agricultura da Familiar para doar, tudo de forma online, em plataformas montadas para esta finalidade.

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