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Assembleia dos sócios do CETAP proporciona intercâmbio em agrofloresta

No dia 17 de março de 2022 aconteceu a Assembleia dos Sócios do CETAP. Neste ano a atividade foi realizada no município de Sananduva/RS, reunindo associados e representantes da equipe técnica, além da assessoria contábil. Durante a manhã, os presentes foram recepcionados no espaço do Restaurante e Pub Utopia, que integra o Grupo Pé na Terra, onde foram apresentadas as principais atividades desenvolvidas no último período e debatido sobre as perspectivas para este ano. Também foi realizada a prestação de contas e foram aprovados o balanço patrimonial e a previsão orçamentária para 2022.

Na parte da tarde foi organizado um intercâmbio para integração entre os associados. A propriedade visitada foi do Coordenador Geral do CETAP, Josué Gregio, onde foi implantado um sistema agroflorestal, com consorciamento de culturas agrícolas em diversidade. A agrofloresta está inclusive servindo de base para uma pesquisa de doutorado, conduzida por Josué, que detalhou como foi o projeto de implantação e as diferentes fases da produção de alimentos neste sistema. Nesta assembleia também foi realizada a eleição da coordenação geral, secretaria, tesouraria e conselho consultivo, onde foi reconduzida a diretoria para um novo mandato.


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O trabalho da Coper Planalto Sul na construção social dos mercados na região de Curitibanos/SC

Neste vídeo apresentamos um pouco da Cooperativa de agricultores familiares de Curitibanos e Região – A Coper Planalto Sul foi constituída no ano de 2012 através da união de dois grupos de agricultores de Curitibanos: o Grupo Agroecológico Cerro Alegre e o Grupo das Mulheres Camponesas Unidas pelo Trabalho. Ambos certificados pelo sistema participativo de certificação orgânica da Rede Ecovida.

A Coper Planalto Sul visa a promoção do protagonismo e independência das mulheres desde a produção até o pós-venda. Por esse motivo, atualmente a cooperativa possui em seu conselho administrativo duas mulheres que atuam no processamento das hortaliças, no administrativo e comercial.

Atualmente são 52 cooperados, 33 famílias dos municípios de Curitibanos, Frei Rogerio, Ponte Alta do Norte e São José do Cerrito. Do total dos sócios, 14 produzem hortaliças/olerícolas in natura e frutas no sistema orgânico certificados pela Rede ECOVIDA. A unidade de processamento de hortaliças minimamente processadas também possui certificação orgânica.

Atualmente as formas de comercialização executadas pela Cooperativa são: PANE Política Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), supermercados, lojas especializadas, feiras, mercado público e cestas. A venda de cestas diretamente ao consumidor é uma das modalidades de comercialização que se intensificou no período de pandemia. A venda que inicialmente era realizada via mensagem de texto hoje funciona na modalidade de loja virtual através da plataforma “Faz a Feira”, pelo site https://www.fazafeira.com/coperplanaltosul

🎬 A produção audiovisual foi coordenada pelo Centro Vianei de Educação Popular, contando com produção executiva de Natal Magnanti e Nayme Pigozzi e entrevistas de Nayme Pigozzi. Edição de Fernanda do Canto, membro do LACAF/UFSC e do Coletivo UC da Ilha. Câmera Luiz Fabiano (7 Films). Trilha sonora de @convivingwithme. Contamos com a parceria local de dezenas de pessoas e organizações que gentilmente se prontificaram a prestar o seu depoimento no vídeo. Vale frisar que essa ação contou e conta com o apoio decisivo da Cooperativa Coper Planalto Sul. 

Esse vídeo é parte do projeto Consumidores e Agricultores em Rede, onde participam Centro Vianei, CEPAGRO, CETAP e AS-PTA, com apoio da entidade da cooperação internacional alemã Misereor.


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1ª Etapa do Curso de Formação Técnica sobre Citricultura

No dia 24 de fevereiro de 2022 iniciou o Curso de Formação sobre Citricultura, em Aratiba/RS. Participaram 52 pessoas da região Alto Uruguai, entre agricultores familiares, assessoria técnica, representantes sindicais e cooperativas da agricultura familiar. Este processo de formação será realizado em quatro módulos, onde serão abordados assuntos voltados à produção de citros, desde a implantação do pomar, manejo, controle de doenças e pragas, insumos biológicos, colheita e transporte. 

Este primeiro módulo foi organizado em dois momentos. Durante a manhã aconteceu a apresentação teórica, onde foram abordadas as principais doenças que atingem os cultivares de citros, com dicas para identificar sintomas na planta e nos frutos, além de algumas técnicas de controle da mosca da fruta. Na sequência, foi abordado o manejo biológico e nutricional, destacando o equilíbrio nutricional, sendo este fator o maior responsável para o sucesso na produção e a incidência de doenças e ataque de insetos nos pomares.

Na parte da tarde aconteceu a visita a um pomar, onde foi possível identificar na prática os manejos que são realizados, através de podas, tratos culturais, adubação e técnicas de controle de mosca da fruta. Foi um momento de troca de conhecimento entre os participantes. Por fim, foi apresentado o calendário de recomendações de tratos culturais orgânico e adubação nos diferentes períodos do ano, material organizado pelo CETAP e distribuído aos participantes.

O próximo modulo do curso será realizado no mês de maio, onde serão abordados assuntos como colheita e transporte da produção. Esta atividade foi promovida pelo CETAP e pela ECOTERRA (Associação Regional de Cooperação e Agroecologia) e contou com o apoio da Fundação Interamericana, Cresol, Coopertec e Cecafes.


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Primeiras famílias do projeto Agroecologia na América Latina: construindo caminhos visualizam mapas e incluem novos dados no app

Um grupo de 15 famílias agricultoras das regiões Alto Uruguai e Planalto do Rio Grande do Sul, com certificado de conformidade orgânica através da Rede Ecovida de Agroecologia, está participando do Projeto Agroecologia na América Latina: construindo caminhos. Neste terceiro semestre do projeto, que compreende o período de outubro de 2021 a março de 2022, a equipe técnica do CETAP está visitando as famílias para apresentar mais detalhes do aplicativo LiteFarm e coletar informações sobre os cultivos e manejos.

O projeto é uma iniciativa piloto que busca coletar e sistematizar evidências científicas para o desenvolvimento de Indicadores da Agroecologia. Para isso está sendo utilizado um sistema web, que também pode ser acessado através de um aplicativo para celular. Este aplicativo, desenvolvido pela Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), no Canadá, está sendo formatado e adaptado com a contribuição de diferentes organizações, a partir deste trabalho de campo. O objetivo é mensurar e avaliar o que a Agroecologia representa em termos ambientais, econômicos e sociais. Esses resultados poderão subsidiar projetos e políticas públicas que incentivem a agricultura familiar de base agroecológica, promovendo sistemas agroalimentares mais sustentáveis.

Em visitas anteriores, a equipe do projeto ajudou as famílias a criarem suas contas no aplicativo e começou a coletar dados sobre as unidades de produção, inicialmente dando uma maior ênfase para a elaboração dos mapas de cada propriedade. Nas visitas que estão acontecendo agora, além de apresentar para as famílias os primeiros resultados destes mapas já disponíveis no aplicativo, está sendo realizada a coleta de informações sobre os cultivos e manejos. Depois que estes novos dados forem lançados no sistema será possível gerar vários indicadores de Agroecologia e vários relatórios que poderão auxiliar as famílias na gestão de suas propriedades.

Com o formato de uma pesquisa-ação, o projeto conta atualmente com a participação de mais de 100 famílias agricultoras espalhadas por cinco países latino-americanos: Brasil, Paraguai, México, Equador e El Salvador. É uma iniciativa desenvolvida através de cooperação internacional entre a Fundação Interamericana (IAF), a Universidade da Colúmbia Britânica (UBC) – através da professora canadense Dr. Hannah Wittman, o Centro de Estudos e Promoção da Agricultura de Grupo (Cepagro – Brasil) e sete organizações que promovem a Agroecologia na América Latina. São elas: Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP – Rio Grande do Sul), Movimento Mecenas da Vida (Bahia), Centro Campesino e Rede Tijtoca Nemiliztli (México), Fundesyram (El Salvador), Movimiento de Economía Social y Solidaria del Ecuador (Messe – Equador), Asociación de Productores Orgánicos (APRO – Paraguay).


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Encontro regional debate ações para conservação e uso da água e da sociobiodiversidade

Agricultores familiares, técnicos agrícolas e representantes do poder público, especialmente das Secretarias de Agricultura e Meio Ambiente de diferentes municípios da região Alto Uruguai, estiveram reunidos em Itatiba do Sul/RS, no dia 16 de fevereiro 2022. O encontro regional foi para apresentar e discutir o projeto “Ampliação das estratégias e ações de conservação e uso da água e da sociobiodiversidade em propriedades de agricultores familiares da região norte e nordeste do RS”.

O projeto, desenvolvido pelo Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), além de propor ações imediatas para recuperação e proteção de nascentes de água, tem o objetivo de discutir com a comunidade local estratégias de longo prazo, incluindo o uso da água e o potencial ambiental e econômico da valorização da biodiversidade nativa. Este encontro regional, que contou com o apoio local da Prefeitura de Itatiba do Sul, reuniu 85 pessoas da região Alto Uruguai.

A atividade iniciou com um painel sobre “Conservação e uso da água e suas alternativas a partir da revitalização de nascentes e valorização e uso da biodiversidade nativa da região, como meio de geração de renda e conservação dos ambientes naturais”, que foi apresentado pela equipe técnica do CETAP. Após este momento, foi servido um almoço elaborado com produtos da biodiversidade local, como forma de valorização e divulgação de possibilidades de uso culinário de produtos nativos da nossa região.

Pela parte da tarde foi apresentado o projeto, suas metas e previsão de execução. Após essa apresentação, o público foi dividido em quatro grupos para discussão e levantamento de propostas de implementação das ações. Na sequência, aconteceram os relatos dos grupos e foi realizado um debate em conjunto das proposições. Foram levantadas várias ideias de como fazer a proteção e recuperação das nascentes e o encaminhamento agora é dar continuidade às atividades previstas no projeto, começando pela recuperação das primeiras fontes já mapeadas na região.

Os participantes foram motivados a trazerem de casa sementes e mudas e o encerramento da atividade foi com um lanche e uma feira de troca de sementes e mudas para estimular a conservação de espécies nativas. Serão realizados mais dois encontros regionais, nas regiões Planalto e Campos de Cima da Serra, para apresentar as propostas e levantar novas sugestões de ações. Este projeto conta com o apoio da RGE e da SEMA (Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS).

 


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Articulação de iniciativas de geração de renda a partir das espécies nativas

CADEIA PRODUTIVA SOLIDÁRIA DAS FRUTAS NATIVAS DO RS

* Por Jairo Antonio Bosa [1]Jairo Antonio Bosa é Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Universidade Federal do Paraná, Mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa … Continue reading

Quem nos dias atuais conhece, já experimentou ou então quer provar o sabor de um picolé de uma fruta nativa chamada guabiroba? Ou então um suco de uvaia, butiá, araçá? Quem conhece o potencial de flores, frutas, folhas, raízes e cascas de espécies nativas para a produção de alimentos ou extração de essências, fabricação de cosméticos ou produtos para tinturaria natural?

Pode parecer estranho ou até improvável que famílias e comunidades saibam e utilizem essas plantas, seja para seu uso ou para fazer produtos que são vendidos em grandes centros urbanos do sul do Brasil, como Porto Alegre e Florianópolis. Mas é precisamente isso que vários grupos, rurais e urbanos, vêm construindo já fazem alguns anos.

Esses grupos formam a Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas do Rio Grande do Sul (CPSFN).  Com base em uma organização ‘em rede’, ou seja, sem um espaço central de poder, mas com vários integrantes dividindo funções e responsabilidades na cadeia produtiva, é fundamental que os métodos e a dinâmica das ações e da organização, além de distribuídas, sejam bem assumidas e desempenhadas por todas as pessoas e os elos envolvidos no processo.

Esta ‘rede’ envolve um conjunto de atores de diferentes perfis, que atuam de forma complementar uns aos outros, formando uma organização produtiva que inicia nas pequenas propriedades rurais até chegar aos consumidores, passando pelo processamento, conservação, transporte e comercialização dos produtos. Então, entre esses distintos atores estão famílias agricultoras, equipes técnicas de entidades de assessoria e de pesquisa (como ONGs e universidades), empreendimentos de economia solidária, da gastronomia (restaurantes e chefs) e de comercialização dos produtos.

É deste conjunto de atores sociais e etapas que eles cumprem na cadeia produtiva que se forma a ‘rede’ ou, como se denominam, a Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas (embora o leque de opções esteja aumentando e hoje trabalham com espécies e produtos que vão além das frutas e da alimentação).

O surgimento da Cadeia das Frutas Nativas tem uma importante contribuição da experiência de trabalho do CETAP e do Encontro de Sabores. No CETAP, as discussões referentes à implantação de sistemas agroflorestais (SAFs) e valorização das frutas nativas iniciaram por volta do ano 2000 com famílias e grupos de agricultores assessorados pela entidade. O avanço da discussão e de experiências com SAFs e frutas nativas envolvendo outras organizações da promoção da agroecologia, em conjunto com iniciativas de economia solidária, criou a demanda e as condições para a articulação em nível de estado.

Jairo Bosa apresenta elementos do estudo sobre a CPSFN no Seminário Nacional sobre Dinâmicas de Comercialização (25.11.2021)

Estudo em andamento

Durante o ano de 2021, um estudo a partir do ponto de vista das pessoas e entidades que participam da CPSFN vem procurando compreender como o processo é organizado e quais os avanços, as dificuldades e os potenciais que esta experiência tem para ampliar seu alcance e se consolidar. O estudo demonstra que a Cadeia Produtiva integra um conjunto de dimensões da vida das pessoas e suas comunidades. De modo geral, todas essas dimensões são valorizadas e bem avaliadas por quem integra o processo, demonstrando a satisfação das/dos participantes em relação ao trabalho com as espécies vegetais nativas.

No aspecto ambiental, destaca-se a ‘conservação pelo uso’ (quando o manejo e uso das espécies é fator importante para sua reprodução e conservação) e a restauração ecológica, além da diversidade de espécies manejadas.

Quanto à dimensão social, é mencionada a diversidade de atores e formas de organização (informal, associativa, comunitária, institucional) que compõe a cadeia produtiva e a melhoria na qualidade de vida das famílias do campo e dos empreendimentos urbanos.

Em termos econômicos, destaca-se a geração de renda com a comercialização dos produtos (mas também a renda indireta com a subsistência) e o fato de articular famílias agricultoras e empreendimentos urbanos de economia solidária que atuam no processamento e na comercialização.

No aspecto político, é enfatizada a ação local e o fortalecimento político desses atores e suas propostas (como a conquista da certificação agroflorestal). No entanto, este trabalho precisa ser mais divulgado na sociedade para ganhar maior força e alcance nas políticas públicas.

A dimensão cultural é enfatizada pela percepção da valorização e do resgate de saberes associados à natureza e aos usos e manejos das espécies. Também se destaca o fortalecimento da solidariedade entre as pessoas, famílias e grupos sociais.

Em relação ao conhecimento, foi destacado o resgate de saberes das comunidades (espécies, usos, manejos) e sua complementação no diálogo com conhecimentos técnicos. O trabalho também vem despertando o interesse e a geração de pesquisas científicas.

Desafios e potenciais de crescimento

Um dos desafios atuais dos grupos que compõem a cadeia das frutas nativas é melhorar as condições e aumentar os volumes de produtos comercializados. Para isso, é necessário uma boa articulação e eficiência nas ações entre a produção, o processamento, o transporte e, enfim, a comercialização.

Uma das condições para tais melhorias é a capacidade de logística, que inclui a conservação (climatização) e o transporte dos produtos. Os grupos envolvidos reclamam a falta de políticas públicas de apoio, de modo especial, na facilitação de acesso à estruturas para as diversas fases da cadeia produtiva.

Por outro lado, como perspectiva, vários potenciais são citados. Um deles é que as plantas nativas representam uma importante fonte nutricional, sendo que algumas espécies têm alta produtividade por área e, por serem nativas ou bem adaptadas, não apresentam grandes problemas de doenças ou ataque de insetos, facilitando o manejo ecológico.

Além disso, o trabalho articula a proteção das espécies com alternativas socioprodutivas (sociais e econômicas) e enfrentamento à crise ambiental. Experiências como essa devem inspirar e merecer o apoio de governos e instituições internacionais que se reúnem e não chegam a acordos para soluções eficazes para os problemas climáticos, como aconteceu recentemente na COP26[2]COP26 é assim denominada por ter sido a 26ª reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro de 2021, na Escócia. Apesar dos estudos científicos e as … Continue reading.

Apresentação dos fluxos e dinâmicas da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas nas diferentes regiões de atuação

As lideranças da cadeia das frutas nativas também destacam o potencial de consumo que se apresenta nos grandes centros urbanos. Segundo um depoimento, os consumidores estão “ávidos por produtos com estas características”. Neste mesmo sentido, é citado o potencial que estas iniciativas têm de serem geradoras de articulação e de ação coletiva, pois são vários elos desde o campo até a cidade que precisam e podem se encontrar para discutir e organizar todo processo de trabalho ‘em rede’. Isso gera a construção de outras formas de produção, consumo e compartilhamento de aprendizados, de tomadas de decisões e dos ganhos com o uso sustentável das espécies nativas.

Portanto, o conjunto desse trabalho traz uma importante contribuição tanto para o campo da agroecologia quanto para o da economia solidária, na medida em que: a) parte das espécies e produtos da sociobiodiversidade; b) promove o diálogo e a organização entre os diversos atores, buscando gradativamente incluir os consumidores (cumpre um papel de articulação entre a produção, as políticas públicas e a sociedade); e c) promove a soberania e segurança alimentar e a renda a partir de novas relações socioeconômicas.

Conforme as palavras de quem participa da construção da Cadeia produtiva: “Articula proteção das espécies com alternativas socioprodutivas relacionadas às agroflorestas e agroecologia”. Assim, além dos ganhos às famílias e comunidades, contribui para a restauração ecológica e enfrentamento às mudanças climáticas. E, desta forma, a Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas do RS vem dando passos importantes na construção social de um novo paradigma de economia, de base ecológica e solidária.

Este estudo em andamento conta com o apoio da Fundação Interamericana (IAF), através do projeto de cooperação para promoção da agricultura sustentável e segurança alimentar e o fortalecimento de canais de comercialização que conectem produtores e consumidores, promovendo a alimentação saudável.


Notas

Notas
1 Jairo Antonio Bosa é Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento, da Universidade Federal do Paraná, Mestre em Agroecossistemas pela Universidade Federal de Santa Catarina.
2 COP26 é assim denominada por ter sido a 26ª reunião da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada em novembro de 2021, na Escócia. Apesar dos estudos científicos e as análises dos governos apontarem para o aumento da gravidade das mudanças climáticas decorrentes da degradação ambiental, especialmente vinculada ao desmatamento e à emissão de gases, as metas aprovadas ainda são extremamente tímidas para reverter o processo de aquecimento global e suas consequências para todo o planeta.

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Produção coletiva de fermento crioulo

Famílias agricultoras, estudantes e técnicos rurais que atuam no município de Água Santa/RS estão produzindo fermento crioulo, desde a coleta dos materiais, a fermentação, a multiplicação e o envase final na forma líquida. O objetivo principal é contribuir para que as famílias agricultoras conheçam insumos alternativos para a produção, que sejam simples, de baixo custo e que não contaminem as pessoas e a natureza. Ações como essa são importantes para a transição agroecológica e a soberania produtiva.

O fermento crioulo contém fungos e bactérias do mato, podendo ser utilizado no solo, em mudas, para inocular sementes, pulverizar a parte aérea de plantas e contribuir na limpeza dos animais. Entre suas vantagens, destacam-se:

  • Controle de doenças das raízes (murchadeira) e folhas (ferrugem);
  • Auxílio na vivificação do solo (aumento da vida);
  • Indução ao maior enraizamento da planta;
  • Ajuda para as plantas captarem nutrientes e água mais profundamente no solo;
  • Controle do pulgão e da cochonilha;
  • Retirada do mau cheiro de estábulos, currais, chiqueiros e galinheiros.

O preparo do fermento crioulo ocorreu em três etapas. A primeira, realizada no mês de outubro, foi a coleta de todo o material necessário para o preparo, sendo eles: serrapilheira, açúcar, farelo, leite e água sem cloro.  Na primeira fermentação foram misturados todos os ingredientes sobre uma lona, umedecendo com leite e água até formar uma massa na mão (80% de umidade). Após, foi compactado a mistura dentro de sacos de silagem bem fechados para evitar a entrada de ar e animais.  Na segunda etapa foi feita a montagem de um biorreator simples, fabricado com uma caixa d’água.

A terceira etapa aconteceu no dia 20 de janeiro de 2022, com uma oficina no Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Água Santa, onde a equipe técnica do CETAP explicou para os agricultores e agricultoras o passo a passo da produção do fermento crioulo, a fabricação do biorreator e demonstrou a segunda fermentação para finalizar o preparo do insumo. Nesse momento, foi adicionada água na caixa de agitação com o volume a ser multiplicado, o inóculo (fermento parte 1), mais açúcar e, após os ingredientes devidamente postos, ligou-se o sistema de aeração por 24 horas. Passado o período de multiplicação, o insumo fermento crioulo líquido pode ser armazenado em litros para a distribuição aos agricultores e agricultoras familiares de Água Santa.

O trabalho foi desenvolvido em conjunto pelo Sindicato de Trabalhadores Rurais – STR, Secretaria da Agricultura de Água Santa, Centro de Tecnologias Alternativas Populares – CETAP, Emater e Cooperativa Aguassantense de Apicultores – Coapi. O fermento crioulo será distribuído para as famílias que tiverem interesse em utilizar nas suas produções.


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Como usar a caixa de compostagem

O processo de compostagem tem sido adotado por muitas pessoas como uma opção de gestão mais adequada dos resíduos orgânicos em suas próprias casas ou apartamentos, evitando o acúmulo de material que é destinado a aterros sanitários.

Para montar uma composteira doméstica, podem ser utilizados diferentes materiais que temos em nossas casas, como baldes, por exemplo. Também temos a opção de adquirir composteiras prontas, como modelos de caixas decompositoras, com reservatório para o chorume, pensadas para a produção de húmus através da utilização de minhocas.

Neste vídeo você vai aprender como utilizar a composteira, desde a montagem, a introdução das minhocas, a colocação dos resíduos orgânicos e a cobertura com material seco para evitar a atração de insetos e odores desagradáveis. O resultado final da compostagem será a produção de chorume, um rico biofertilizante e de húmus de minhoca, um adubo orgânico que pode ser utilizado na produção de mudas e no enriquecimento do solo para a produção de novos alimentos.

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Realização: Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), através do Projeto Consumidores e Agricultores em Rede, com apoio da Misereor.


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Encontro da Câmara Temática das Agroflorestas da região dos Campos de Cima da Serra

O CETAP, juntamente com a Câmara Temática das Agroflorestas da região dos Campos de Cima da Serra, está promovendo um Encontro Regional para apresentação e discussão do projeto Ampliação das estratégias e ações de conservação e uso da água e da sociobiodiversidade em propriedades de agricultores familiares da região Norte e Nordeste do RS. O encontro é aberto à participação da comunidade, sendo solicitada confirmação da participação até o dia 20 de janeiro, pelo telefone (51) 9 9952 7939.

Data: 1º de fevereiro de 2022 (terça-feira)

Local: Sede Campestre do Sindicato dos Municipários de Vacaria (Estrada Capão do Índio, nº 1990 – antigo Patronato)

PROGRAMAÇÃO

  • 9h – Recepção e abertura
  • 10h – Painel “Conservação e uso da água e suas alternativas a partir da revitalização de nascentes e valorização e uso da biodiversidade nativa da região, como meio de geração de renda e conservação dos ambientes naturais”
  • 12h – Almoço com cardápio elaborado a partir de produtos da biodiversidade local
  • 13h30 – Apresentação, debate e planejamento das ações a serem desenvolvidas no próximo período
  • 16h – Encerramento com lanches elaborados a partir de produtos da biodiversidade local

O evento contará com uma feira de troca de sementes e mudas. Convidamos todos e todas a trazerem mudas, sementes e tubérculos para trocarmos e compartilharmos.



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Compostagem de resíduos orgânicos

A gestão dos resíduos é uma problemática que precisa do envolvimento de todas as pessoas para encontrar soluções que minimizem o impacto na natureza, principalmente nos grandes centros urbanos, onde a produção de lixo tem volumes consideravelmente maiores. Grande parte dos resíduos sólidos ainda são destinados para aterros sanitários, tendo um grande potencial poluidor para o solo, a água e o ar.

Uma das possibilidades que está ao alcance de todas as pessoas é a separação destes resíduos entre recicláveis, orgânicos e rejeitos. O material reciclável pode se transformar em novos produtos e o material orgânico, através da compostagem, pode se transformar em adubo para ajudar a produzir novos alimentos.

Neste vídeo apresentamos algumas dicas importantes para a separação dos resíduos orgânicos, uma sugestão de montagem de composteira doméstica reaproveitando baldes e a utilização de minhocas para a produção de húmus, que pode ser usado para melhorar a produção em hortas urbanas.

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Realização: Centro de Tecnologias Alternativas Populares (CETAP), através do Projeto Consumidores e Agricultores em Rede, com apoio da Misereor.


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