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Comissão de Ética da Rede Ecovida visita Grupo Pachamama para renovação da certificação

No dia 10 de janeiro, o grupo Pachamama, localizado em Água Santa/RS, recebeu a visita da Comissão de Ética do Núcleo Planalto da Rede Ecovida de Agroecologia. O encontro teve como objetivo a vistoria para renovação da certificação de produção orgânica das famílias agricultoras que integram o grupo.

O procedimento faz parte do Sistema Participativo de Garantia (SPG) da Rede Ecovida, no qual as famílias agricultoras passam por uma avaliação conduzida por outros agricultores, membros da Comissão de Ética do núcleo, acompanhados pela equipe técnica do CETAP, responsável pela assessoria técnica às famílias produtoras.

A atividade iniciou com a revisão da documentação e dos planos de manejo das unidades de produção. Posteriormente, os integrantes da Comissão de Ética e a equipe técnica realizaram uma visita in loco às áreas de produção do grupo Pachamama.

Este modelo de avaliação destaca-se pela responsabilidade coletiva e solidária dos membros envolvidos no sistema. Além da análise criteriosa para a renovação dos certificados, a visita transforma-se em um momento de troca de experiências entre os agricultores, o que ajuda a aprimorar as práticas agroecológicas em toda a região.


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Encontro Estadual da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas destaca importantes avanços neste ano

Nos dias 14 e 15 de dezembro, aconteceu o 11º Encontro Estadual da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas do RS (CPSFN), em Passo Fundo. A atividade reuniu 50 representantes de grupos de famílias agricultoras e extrativistas, de agroindústrias e empreendimentos de processamento de frutas nativas, além de entidades de assessoria e assistência técnica produtiva, órgãos governamentais e parceiros na área da comercialização.

A mesa de abertura contou com a presença de Luzia Teixeira, superintendente da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) no RS, Vanessa Tomazeli, da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA RS), Gilmar Vieira, representando a Deputada Federal Maria do Rosário, Ademar de Oliveira, representando a Unisol, Gregory da Rosa, que acompanha o projeto da CPSFN em parceria com a empresa Neo Energia e Ademir Amaral, em nome das organizações de assessoria CETAP, Arede e Centro Ecológico.

Foi destacada a importância deste momento, que reúne os diversos atores envolvidos no processo de planejamento, produção, processamento e comercialização, além do acompanhamento técnico e do órgão ambiental que atua na certificação das áreas de agroflorestas. Um dos diferenciais desta cadeia produtiva é aliar a discussão técnica, com capacitação, desenvolvimento de novos produtos, formulação de estratégias e implementação de ações práticas de valorização, uso e comercialização das frutas nativas.

A Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas está organizada em diferentes espaços envolvendo a produção e extrativismo no meio rural, o processamento em agroindústrias e empreendimentos urbanos, entrepostos e dinâmicas de comercialização, assessoria e assistência técnica e também parcerias, especialmente na área da comercialização.

Já no início da organização da Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas se levantou como um limite a falta de material genético para ampliar a produção de algumas frutas nativas. Neste último ano, especialmente a partir de um projeto em parceria com a Neo Energia, foi feito um investimento importante no mapeamento, coleta e reprodução de espécies nativas.

As equipes técnicas do CETAP, Arede e Centro Ecológico realizaram, ao longo do ano de 2023, junto com famílias agricultoras, um mapeamento de matrizes de diferentes espécies de frutas nativas, a partir de uma listagem definida no último Encontro Estadual da CPSFN. Estes dados foram catalogados e estão servindo de base para um fichário técnico que está sendo finalizado. Foi destacado o grande potencial econômico das sementes de frutas nativas e a previsão de demanda futura crescente por diferentes projetos de recuperação ambiental.

A partir deste mapeamento, estão sendo realizadas coletas de sementes para a produção de mudas e o acompanhamento do desenvolvimento destas matrizes para ampliar a base de informações. Também faz parte do projeto a estruturação de 20 viveiros artesanais, distribuídos em diferentes regiões do estado, buscando dinamizar e garantir o acesso à mudas de qualidade. Um destes viveiros está localizado em Passo Fundo, junto à sede do CETAP, com o objetivo de facilitar os fluxos de materiais genéticos, aproveitando as rotas de comercialização do Encontro de Sabores também para a distribuição de sementes e mudas.

A cadeia tem hoje aproximadamente 360 famílias agricultoras envolvidas, em diferentes intensidades. Os produtos das frutas nativas são processados em três agroindústrias e comercializados a partir de seis empreendimentos, sendo eles: Agroindústria Yatai, Ecobutiá, Econativa, Encontro de Sabores, Pano da Terra e Agroindústria Morro Azul. Uma das ações desenvolvidas neste ano foi um estudo sobre os fluxos de comercialização da cadeia, buscando aprimorar as rotas de distribuição dos produtos e o planejamento das coletas e entregas entre os diferentes atores.

O primeiro dia do Encontro Estadual finalizou com três oficinas. Uma organizada pelo GT Comercialização que abordou as dinâmicas e fluxos atuais, novas possibilidades a partir de programas governamentais e também orientações comuns para a comercialização. Outra oficina foi sobre a produção de mudas de butiá, abordando aspectos importantes sobre a germinação das sementes, viveirismo artesanal e a produção da fruta. A terceira oficina foi sobre saboaria artesanal, destacando o grande potencial dos cosméticos naturais e como esta área se relaciona com a sociobiodiversidade nativa.

Na manhã de sexta-feira aconteceu um painel sobre o contexto atual, possibilidades e perspectivas da CPSFN para o próximo ano. Foi abordado como a conservação ambiental dialoga com a proposta sócio organizativa da CPSFN. Dando destaque para a política desenvolvida no Rio Grande do Sul para os projetos de Reposição Florestal Obrigatória (RFO), que possibilita a parceria da cadeia solidária com empresas. No debate foi destacado que é necessário fortalecer o acompanhamento das famílias já envolvidas, buscando ampliar este entendimento junto aos órgãos públicos e as empresas que desenvolvem projetos em parceria. Outro tema abordado foi a relação entre os diferentes atores, especialmente destacando a característica produtiva e de comercialização desta cadeia.

Entre os desafios e encaminhamentos apontados para o planejamento das ações estão fortalecer o que já foi feito, mantendo as famílias agricultoras envolvidas para garantir a continuidade do processo; estabelecer parcerias estratégicas para ampliar a rede de comercialização e ampliar o volume comercializado, ganhando escala; desenvolver um planejamento de marketing e publicidade para destacar os diferenciais dos produtos da CPSFN, fortalecer a marca e ampliar mercado; ampliar e otimizar toda a estrutura da cadeia, desde a coleta e armazenamento de sementes e mudas, o processamento de produtos, o armazenamento e os entrepostos de comercialização.

Durante o encontro foi ainda aprovado o ingresso de três novos integrantes na CPSFN, sendo a Ervateira Gerações (Ipê/RS), Saboaria Mandinga Pura (Viamão/RS) e Erva Doce Cozinha Afetiva (Porto Alegre/RS). A coordenação estadual da cadeia foi reconduzida para o período de mais um ano. A avaliação do encontro foi bastante positiva, destacando a diversidade de atores e produtos presente na cadeia, ampliando sua complexidade e potencializando sua capacidade produtiva e de comercialização.


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Equipe técnica do CETAP promove oficina técnica sobre Abelhas Nativas Sem Ferrão no 12º EARE

Durante o 12º Encontro Ampliado da Rede Ecovida de Agroecologia (EARE), realizado no início de novembro na Escola Milton Santos, em Maringá/PR, a equipe técnica do CETAP assessorou duas oficinas, cada uma com cerca de 30 participantes, abordando a importância das abelhas nativas no equilíbrio do ecossistema, na polinização de alimentos e espécies de árvores nativas, bem como na produção de meliprodutos, altamente apreciados e valorizados.

Nas oficinas, que reuniram agricultoras e agricultores agroecológicos, estudantes e técnicos agrícolas, os participantes puderam conhecer métodos de conservação e multiplicação das espécies nativas, seja através da captura ou da divisão dos enxames. A abordagem prática incluiu a confecção de iscas para captura, utilizando materiais simples como garrafas PET, jornais e lonas. Ao final de cada oficina, foi realizada a transferência de abelhas jataí da isca PET para as caixas racionais, proporcionando o contato direto com abelhas nativas sem ferrão.

As oficinas técnicas, sempre marcantes nos encontros ampliados da Rede Ecovida de Agroecologia, oferecem aos participantes a oportunidade de aprofundar conhecimentos, trocar saberes e informações sobre temas específicos relacionados à agroecologia. A oficina sobre abelhas nativas sem ferrão buscou inspirar, engajar e capacitar novos públicos na preservação desses importantes polinizadores.


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Seminário em Sananduva destaca potencial dos bioinsumos para produção agroecológica

No dia 16 de novembro aconteceu o Seminário Técnico sobre Agroecologia e a Plenária do Núcleo Planalto da Rede Ecovida, no auditório da Cresol, em Sananduva/RS. Participaram em torno de 60 pessoas, entre agricultores e agricultoras familiares integrantes da Rede Ecovida de Agroecologia, acadêmicos e professores da Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (UERGS), técnicos agrícolas e representantes da Cresol e sindicatos de trabalhadores rurais.

O seminário começou com uma apresentação da professora Dra. Janaina Tauil Bernardo, da UERGS, pesquisadora que atua nas áreas de controle biológico de fitonematoides e produção de bioinsumos on farm em fermentação estado sólido de fungos. Ela falou sobre bioinsumos, especialmente detalhando o que é, pra que serve e como usar corretamente o fungo Trichoderma.

Outro tema abordado foi o preparo de microrganismos eficientes (E.M). Os microrganismos eficientes são seres muito pequenos (fungos e bactérias) que vivem naturalmente em solos férteis e em plantas. Esses microrganismos podem ser utilizados na agricultura e na criação animal. Os microrganismos eficientes são capturados em uma mata (preferencialmente virgem) e, depois disso, ativados com uma fonte de açúcar. Os participantes puderam fazer perguntas e esclarecer dúvidas sobre o tema dos bioinsumos, além de debater a viabilidade técnica e econômica da sua produção e o potencial para produtividade de alimentos agroecológicos.

Para este dia estava prevista uma visita na propriedade da família Bassoli, que tem uma atuação histórica com produção orgânica, focada em grãos. Mas devido ao mau tempo, a programação foi ajustada e foi feita uma apresentação sobre um experimento realizado nesta propriedade rural, onde foram implementadas três parcelas de produção com suas respectivas áreas testemunhas para avaliar e demonstrar na prática, manejos que possam ser adotados para melhorar as técnicas de utilização de microrganismos e manejo de solo, com utilização de diversas adubações verde.

Esta ação vem sendo desenvolvida desde o mês de junho de 2023, numa parceria com a UERGS Campus Sananduva, com envolvimento de dois acadêmicos e acompanhamento do coordenador do curso de Agronomia Prof. Ernane Pfiller, além de outras pessoas da Rede Ecovida que atuam com bioinsumos, como Aline Gayeski, responsável por uma biofábrica de tricogramas para controle biológico e Jonas e Ronaldo Ferro, que trabalham com multiplicação de microrganismos on farm. Foi apresentado o registro da evolução dos cultivos e resultados que já podem ser observados, destacando a ótima viabilidade da aplicação dos bioinsumos na produção agroecológica.

Neste mesmo encontro também foi realizada a plenária do Núcleo Planalto RS da Rede Ecovida de Agroecologia, onde foi feito um breve relato do Encontro Ampliado que aconteceu em novembro, na cidade de Maringá/PR e foram encaminhadas algumas demandas relacionadas à contribuição anual das famílias e grupos de agricultores para a Rede, o lançamento dos dados de produção agroecológica no sistema da Rede Ecovida, necessário para emissão dos certificados de produtos orgânicos e também foi montado o calendário de visitas da comissão de ética nas propriedades, para monitoramento, vistoria e renovação da certificação.


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Jantar Ecológico celebra aniversário da Feira Ecológica de Vacaria e Grupo Alimento Raiz

No dia 17 de novembro, o CTG Porteira do Rio Grande, em Vacaria/RS, sediou o Jantar Ecológico em celebração ao primeiro ano da Feira Ecológica de Vacaria e aos três anos do grupo de consumo Alimento Raiz. O evento reuniu 75 pessoas, entre famílias agricultoras acompanhados pelo CETAP, feirantes, consumidores urbanos, representantes de entidades que apoiam a agroecologia na região e a equipe técnica do CETAP.

A noite começou com uma feira expositiva dos produtos de cada família feirante, proporcionando uma recepção calorosa aos convidados. Durante as falas de abertura, realizadas por representantes do CETAP e da Feira Ecológica, foram servidos canapés à base de frutas nativas. Em seguida, o jantar foi servido, destacando ingredientes da sociobiodiversidade local, como o frango ao molho de butiá. Na sobremesa, os participantes puderam saborear um pudim de pinhão e mousse de guabiroba..

Além de celebrar os aniversários da Feira Ecológica e do Grupo Alimento Raiz, o evento teve como objetivo impactar de forma relevante a sociedade vacariense, fortalecendo as dinâmicas ecológicas dentro do município. O jantar não apenas proporcionou um momento de confraternização, mas também serviu como espaço para o estabelecimento e fortalecimento de relações pessoais e institucionais importantes para a continuidade das práticas de comercialização de alimentos agroecológicos e da sociobiodiversidade na região.

A iniciativa promoveu não apenas a celebração, mas também a conscientização sobre a importância da agroecologia. Ao unir produtores, consumidores e apoiadores da causa, o evento contribuiu para a construção de uma rede sólida em prol da agricultura e do extrativismo sustentável no município e na região.


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Encontro Internacional destaca Justiça Social, Bem Viver e Agroecologia com Perspectiva de Gênero em Fortaleza

De 07 a 11 de novembro, a capital cearense sediou o Encontro Internacional de vivências da Escuela de Agroecología y Género da Rede Terra do Futuro América Latina. Com o tema “Justiça Social, Bem Viver e Agroecologia com Perspectiva de Gênero”, o evento reuniu representantes de organizações do Uruguai, Bolívia, Paraguai, Chile, Equador, Peru e Brasil.

Entre os participantes, estiveram entidades brasileiras sediadas nos estados do Rio Grande do Sul, Ceará e Distrito Federal. O CETAP, que integra a Rede Terra do Futuro, esteve representado por um integrante da sua equipe técnica, contribuindo para as discussões sobre os desafios e avanços na intersecção entre agroecologia e questões de gênero.

A atividade desempenhou o papel de etapa de conclusão do curso da Escuela de Agroecología y Género, visando promover a formação dentro das organizações que atuam com diversas temáticas em seus respectivos países. Durante a vivência, os participantes realizaram visitas de intercâmbio a agricultores vinculados à Rede EcoCeará, à comunidade indígena Kanindé e a uma comunidade quilombola na Serra do Evaristo.

Além disso, foram visitadas duas Feiras Agroecológicas, culminando a atividade no parque Cocó Adahil Barreto. Ao término do encontro, ficou indicado o encaminhamento de desenvolver o planejamento do curso de formação para o ano de 2024, consolidando o compromisso contínuo com os princípios da agroecologia e da equidade de gênero.


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20ª Fresol supera expectativas e se consolida como maior movimento de economia solidária do norte gaúcho

A Fresol destacou nesta edição a Cadeia Produtiva Solidária das Frutas Nativas como um exemplo para o desenvolvimento de uma economia regional sustentável. As frutas típicas do nosso estado estiveram presentes em produtos como picolés de açaí juçara, butiá, uvaia, bergamota entre outras e também na culinária exposta na feira. Um cardápio “raiz” foi oferecido aos convidados na abertura oficial do evento, com alimentos a base de frutas nativas e sementes como o pinhão. Os alimentos foram preparados pelo Encontro de Sabores, um empreendimento com sede em Passo Fundo, que funciona junto ao Centro de Tecnologias Alternativas Populares (Cetap).

Os 120 expositores presentes nesta edição da Fresol ofereceram produtos ecológicos, agroecológicos, arte sustentável, cosméticos naturais, biotecnologia, fitoterápicos, fitogenéricos, moda criativa, espaço gourmet e gastronomia raiz. Uma das novidades da Fresol foi a realização da 1ª Feira da Economia Criativa de Passo Fundo, agregando valores econômicos com a cultura regional, a partir da educação, artes, infraestrutura digital e finanças. Sucesso de público e de negócios, a Economia Criativa já se consolida para uma nova edição.

Um dos pontos altos foi o Desfile de Moda CriativaeSustentável, organizado em parceria com o Curso de Design de Moda da Universidade de Passo Fundo (UPF) que levou para a passarela uma coleção inspirada nas fantasias do Carnaval de Veneza. As peças foram produzidas e apresentadas no desfile pelos alunos do curso de Design de Moda e por mulheres da comunidade que participam do projeto de extensão de costura criativa, empreendedorismo feminino e geração de trabalho e renda, realizado pela Unisol RS/MTE, com apoio da Be8.

Abriu o desfile a cooperativa Justa Trama, de Porto Alegre/RS, apresentando 15 looks em algodão agroecológico certificado e tingidos naturalmente com cascas de araucária, cebola e erva-mate. As manequins foram as participantes do concurso A Mais Bela Comunitária, organizado pela Amac.

Também a tradicional Mostra da Biodiversidade, coordenada pelo Muzar da UPF, chamou a atenção das famílias que já na entrada da Feira se encantavam com as exposições, representando a fauna e flora da região. Além de resgatar os conceitos das agriculturas sustentáveis.

Após um hiato de três anos, em função da pandemia, a Fresol finalizou sua 20ª edição contabilizando um público de mais de 20 mil pessoas e um volume de vendas de 150 mil reais, superando as expectativas da organização do evento. A Fresol é uma promoção do Fórum Regional da Economia Solidária e teve essa edição organizada pelo CETAP e pela Central de Cooperativas e Empreendimentos Solidários do RS (Unisol), com o apoio oficial da Prefeitura de Passo Fundo.

“A Fresol se consolida como o maior evento de economia solidária do norte gaúcho. As mais de 20 mil pessoas que passaram pela feira no Bourbon, puderam ver esta evolução em termos de qualidade dos produtos, da diversidade que nós temos, seja do artesanato, da arte sustentável, da alimentação saudável, à base das frutas nativas, então, isto é muito importante para nós percebermos como a economia solidária, que prima por uma economia sustentável, está na base de preocupação de cada um dos produtores, de cada um dos artesãos. Os visitantes elogiaram bastante as atividades e as parcerias foram fundamentais para esse sucesso. Tivemos um volume de negócios que bateu recorde, então isso vai mostrando o quanto a Fresol tem crescido e uma tendência de crescer mais ainda”, comemorou Ademar Marques, coordenador da Feira e do Fórum Estadual da Economia Solidária.


Com informações de Márcia Machado/2Oª Fresol
Fotos: Márcia Machado/2Oª Fresol e CETAP


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12º Encontro Ampliado da Rede Ecovida destaca protagonismo popular e práticas agroecológicas

De 3 a 5 de novembro o CETAP esteve presente no 12° Encontro Ampliado da Rede Ecovida de Agroecologia (12º EARE), que teve como tema “agroecologia e democracia – protagonismo popular e práticas agroecológicas: respeitando vidas e promovendo agrobiodiversidade”. A atividade aconteceu na Escola de Agroecologia Milton Santos, em Maringá-PR.

A equipe do CETAP, que faz a assessoria técnica aos grupos dos núcleos Planalto e Alto Uruguai da Rede Ecovida no estado gaúcho, ajudou na mobilização de agricultoras e agricultores assessorados, além de parceiros da rede nestas regiões. O encontro tem o objetivo de alinhar, fortalecer e encaminhar compreensões e diretivas sobre os rumos da agroecologia para a rede do sul do país e seus associados, sendo realizado a cada dois anos. Após ser suspenso no período da pandemia, o EARE foi retomado neste ano.

Na mesa de abertura do primeiro dia foi destacado o tema “feminismo e democracia na agroecologia”, com questões como a invisibilidade do trabalho da mulher, violência de gênero, autonomia financeira e reconhecimento e valorização da participação da mulher na construção da agroecologia. As professoras Rita de Cassia Machado, da Universidade do Estado do Amazonas e Laeticia Medeiros Jalil, da Universidade Federal Rural de Pernambuco, salientaram que a consolidação da agroecologia depende da transformação, ademais dos ecossistemas produtivos, também das relações sociais.

No segundo dia, aconteceram os seminários e oficinas, direcionando os participantes para temas específicos. Os seminários tiveram como temas: manejo ecológico do solo, com a professora Irene Cardoso da Universidade Federal de Viçosa (MG); sementes e mudas, trazendo a ideia de redes para superar os desafios da produção orgânica com sementes crioulas e mudas agroecológicas; democratização do Estado e políticas públicas, discutindo os desafios e possibilidades na elaboração de políticas que contemplem a realidade dos produtores agroecológicos; e defesa das comunidades tradicionais, discutindo a importância da participação desses sujeitos nos espaços de elaboração de diretivas que contemplem suas especificidades.

Na parte da tarde houve mais de 30 oficinas sobre os mais variados temas, desde aspectos técnicos da produção, tecnologias sociais, saúde, alimentação, estratégias organizativas, grupos específicos, comercialização, etc. O CETAP promoveu duas oficinas: sobre abelhas nativas sem ferrão e sobre juventude na agroecologia.

Além disso, houve de forma permanente durante o encontro a feira de Sabores e Saberes, onde mudas, sementes, alimentos e outros produtos dos agricultores agroecológicos foram comercializados em bancas, além da distribuição de materiais informativos e institucionais.

Da plenária final, no último dia, saíram alguns encaminhamentos e pactos para amadurecer nos grupos de trabalhos da Rede Ecovida. A carta final será compartilhada em breve. Na ocasião, também foi divulgado o local do próximo EARE, em 2024, que será sediado pelo Núcleo Missões, na cidade de Santa Rosa, Rio Grande do Sul.


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Parceria entre CETAP e Fundação Banco do Brasil garante doação de 35 toneladas de alimentos para atingidos pelas enchentes no RS

As chuvas intensas que causaram enchentes no Rio Grande do Sul e deixaram estragos principalmente no Vale do Taquari no mês de setembro provocaram mais de 50 mortes na região. De acordo com a Defesa Civil do estado, 107 municípios foram atingidos e mais de 22 mil pessoas ficaram desalojadas. Após a grande enchente, a situação seguiu crítica, com famílias buscando limpar e recuperar suas casas e com muitas pessoas em abrigos ou esperando soluções provisórios de moradia, em situação de emergência.

Foi neste contexto que o CETAP firmou uma parceria com a Fundação Banco do Brasil para possibilitar a doação de alimentos, água e material de higiene para os atingidos pelas enchentes.  A iniciativa faz parte do programa estruturado Ajuda Humanitária pela Fundação BB e pelo BB, destinado a ações de assistência em situações de calamidade e emergência.

Priorizando a compra de alimentos agroecológicos, produzidos por famílias agricultoras do próprio estado, foram adquiridas 35 toneladas de alimentos, como arroz, feijão, farinha de milho, macarrão, aipim, batata doce, batata inglesa, carne de frango, carne de gado, beterraba, abóbora cabotiá, repolho, banana e laranja. Além disso, também foram doadas garrafas de água mineral e kits de higiene e limpeza, contendo sabão em pedra, papel higiênico, creme dental e absorventes.

Os alimentos foram inicialmente destinados para as Cozinhas Comunitárias, organizadas e mantidas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). No Seminário Sagrado Coração de Jesus, em Arroio do Meio/RS, funcionou uma cozinha solidária, que chegou a produzir mais de 1.000 marmitas por dia, através de alimentos de doação e do trabalho coletivo dos voluntários, tanto vindos de fora como moradores do próprio município.

As marmitas, produzidas em dois turnos, foram distribuídas com o auxilio do serviço de assistência social do município, garantindo o almoço e janta das famílias que estavam alojadas provisoriamente em ginásios e escolas, e também para quem estava tentando voltar para casa, mas ainda não tinha condições de preparar seu alimento e voluntários que ajudavam na reconstrução das casas.

Com o passar dos dias, as famílias foram criando as condições para voltar para suas casas, a demanda de produção de marmitas foi gradualmente diminuindo e aumentou a necessidade de colaborar com a doação de alimentos para a produção das refeições nas casas das próprias famílias. Optou-se então por montar sacolas de alimentos e distribuir para as famílias atingidas. Esse trabalho também foi realizado em parceria com o MAB, que continua na região, buscando auxiliar no processo de organização, reconstrução e garantia de direitos para a população atingida, do meio rural e das áreas urbanas.


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Seminário técnico aborda conceitos e implementação de sistemas agroflorestais

No dia 10 de outubro, a comunidade de Secção Sete de Setembro, em São Valentim/RS, sediou o Seminário Técnico sobre Sistemas Agroflorestais. O evento, estruturado em dois momentos complementares, teve como objetivo abordar os conceitos e a implementação dos sistemas agroflorestais, oferecendo uma visão completa sobre o assunto.

O seminário, conduzido por Josué Grégio, agricultor agroecologista e coordenador geral do CETAP, abordou os princípios da agricultura sintrópica, baseados nas ideias pioneiras de Ernest Götsch. Os sistemas agroflorestais sintrópicos se baseiam na simulação dos processos naturais da floresta para criar arranjos produtivos sustentáveis, onde espécies de interesse produtivo são organizadas considerando a sucessão natural.

Após essa introdução conceitual, os participantes aprofundaram detalhes práticos da implementação das agroflorestas. Foram discutidos diversos arranjos produtivos que podem ser realizados no primeiro ano, focando no adensamento do plantio para ocupar espaço, proteger o solo e as árvores, e obter retornos financeiros imediatos. O conhecimento das potencialidades de cada espécie desempenha um papel fundamental na configuração da agrofloresta e no planejamento de colheitas futuras.

Durante o seminário, houve uma análise detalhada das possibilidades de diferentes arranjos produtivos que permitem às famílias cultivar espécies de seu interesse, bem como integrar a produção de animais ao sistema. Além disso, a estratificação do sistema, com plantas de diferentes alturas e potenciais de crescimento, foi explorada, aumentando a diversidade e produtividade na área cultivada. Foi apresentado um estudo de caso no município de Sananduva, onde a família Grégio obteve uma renda bruta significativa no primeiro ano de implementação, demonstrando que o sistema é altamente viável desde o início.

Na parte da tarde, os participantes tiveram a oportunidade de uma experiência prática na unidade de produção da família de Roberto Pietroski, que tem implementado um sistema agroflorestal nos últimos tempos. Este momento permitiu explorar a implementação do sistema, o consorciamento de espécies perenes e anuais, a importância da cobertura do solo como princípio básico de manejo e as práticas de poda e condução das espécies na formação dos sistemas, explorando as diferentes estratificações.

Ao final do evento, foi realizada uma avaliação, e os participantes relataram que o seminário superou suas expectativas, fornecendo conhecimento prático valioso. Além disso, muitos expressaram o desejo de implementar práticas agroecológicas em suas unidades produtivas, o que demonstra o impacto positivo dessa iniciativa na promoção de sistemas sustentáveis.


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